SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de soja 2022/23 alcançou 54% das áreas cultivadas no Rio Grande do Sul, avanço semanal de 22 pontos percentuais, informou nesta quinta-feira a Emater-RS, sinalizando que ainda pode reduzir neste mês sua projeção sobre os rendimentos das lavouras, que foram afetadas anteriormente por uma seca.
Em março, a empresa estimou uma queda de 31,1% na produção do grão gaúcho, na comparação com a previsão inicial, para 14,17 milhões de toneladas com lavouras sofrendo pela falta de chuvas ou precipitações irregulares.
“A Emater/RS-Ascar realizará, ainda em abril, nova avaliação de safra, pois os resultados regionais indicam que a produtividade ainda pode sofrer alterações negativas”, disse em relatório a companhia de assistência técnica e extensão rural ligada ao governo estadual.
A colheita da oleaginosa está somente um ponto percentual atrás do registrado no mesmo período do ano passado, quando uma seca também decorrente do fenômeno climático La Niña afetou a safra gaúcha. A média histórica para esta época do ano é de 75%, de acordo com os dados da empresa.
“Continuam os relatos de perdas muito elevadas em lavouras, inviabilizando a colheita.”
A Emater destacou, entre alguns problemas da soja, a presença de impurezas e maior umidade nas lavouras mais infestadas por plantas daninhas.
Por outro lado, os produtores que possuem lavouras em terras baixas e irrigadas estão atingindo “excelentes produtividades”, relatou a empresa.
Do ponto de vista comercial, a companhia ressaltou que a contínua queda nos preços da oleaginosa, pressionados por uma safra recorde a nível nacional que deve superar 150 milhões de toneladas, preocupa os produtores do Rio Grande do Sul, que já sofrem prejuízos expressivos em razão da estiagem.
Sobre o milho, a colheita alcançou 81% da área no Estado, incremento de apenas um ponto em uma semana, mas à frente dos 79% de um ano antes e da média histórica de 74%.
“A operação avançou somente em localidades onde não há o cultivo de soja, em pequenas lavouras e com máquinas de colheita de pequeno porte”, disse a empresa.
As lavouras tardias do cereal, algumas semeadas após o período recomendado, apresentam um desenvolvimento regular, mas uma previsão de frio pode provocar impactos para essas área.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)