Com altas em Chicago, soja testa melhores níveis desde fevereiro no porto de Rio Grande nesta 2ª

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Às vésperas de um dos feriados mais importantes nos Estados Unidos – do Dia da Independência, neste 4 de julho – os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago deram sequência aos ganhos da sessão anterior e terminaram o pregão desta segunda-feira (3) em campo positivo. As altas foram de 10 a 28,25 pontos nos principais vencimentos, levando o agosto a US$ 14,70 e o novembro a US$ 13,53 por bushel. 

O mercado devolveu parte dos ganhos mais intensos que registrou ao longo do dia, mas se sustentou do lado positivo da tabela. OS futuros do óleo também fecharam em alta, enquanto farelo, milho e trigo concluíram seus negócios no vermelho na CBOT. O dia foi de ajustes e ainda respostas aos números reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na última sexta-feira (30). 

“Os futuros da soja iniciam julho em alta, com o mercado ainda refletindo o corte na área plantada dos EUA na safra 2023/24. Isso se traduz em menores rendimentos em relação ao previsto pelo USDA, já que a redução de plantio ocorreu principalmente em estados classificados como o ‘filet mignon’ da produtividade. A redução em Iowa, Iliinois e Indiana foi de 1,3 milhão de acres, dos 4 milhões reduzidos pelo departamento”, explicou a Agrinvest Commodities. 

Mais do que isso, com este cenário confirmado e uma safra bem menor do que a inicialmente estimada, a sinalização é de uma redução nos estoques finais norte-americanos de soja, “o que deve manter os preços em alta na CBOT, como forma de afastar a demanda. Demanda esta que pode vir para o Brasil, que possui ainda um grande excedente para comercialização. Contudo, esses aumentos ainda pouco refletem em altas para a soja brasileira”, complementa a consultoria. 

Assim, o mercado também segue acompanhando de perto o comportamento do clima nos Estados Unidos para o desenvolvimento e recuperação das lavouras. As chuvas têm se mostrado mais volumosas, mais bem distribuídas e mais frequentes, o que poderia promover uma melhora das condições nos campos daqui em diante, em especial para o milho. 

“Nos EUA, as chuvas retornaram na hora certa, já que o dia 4 de julho marca o período de pendoamento do milho, fase decisiva para determinar os rendimentos das lavouras”, diz o time da Agrinvest. 

IMPACTOS NO MERCADO BRASILEIRO

Segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, estes patamares alcançados pelo mercado em Chicago trazem momentos importantes para o produtor brasileiro, embora as altas na CBOT não sejam repassadas na totalidade para os preços no mercado nacional. 

“Acima de US$ 13,00 em Chicago é uma boa posição, precisamos alertar o produtor sobre isso. E ele vau trabalhando com prêmios, dólar, para não deixar tudo lá para frente. É importante ir fazendo médias, não pode descuidar e sofrer com aquele problemão dos portos sem espaço, fretes em alta. Historicamente é um momento bom”, diz. 

Brandalizze, todavia, relatou sobre um volume tímido de negócios neste início de semana, com os compradores mais ausentes do mercado diante das altas em Chicago e com as referências de prêmios entre compradores e vendedores também distantes. “Temos cerca de 56 milhões de toneladas ainda para negociar, no ano passado tínhamos menos de 30 milhões, o que ainda mantém uma pressão sobre os prêmios, ainda os deixando negativos”, explica o consultor. 

Por outro lado, Brandalizze afirma que no mercado de balcões as referências melhoraram, registrando de R$ 3,00 a R$ 4,00 por saca a mais do que na última sexta-feira. No mercado de lotes, a segunda-feira também melhorou, com destaque para o porto de Rio Grande, que chegou a testar até R$ 150,00 nas movimentações deste início da semana. 

“Este é um dos melhores momentos em semanas, talvez o melhor momento desde fevereiro”, diz. 

Já para Paranaguá, os ganhos não são tão intensos. O mercado de lotes no porto paranaense ainda sente uma pressão maior de oferta, com os vendedores mais presentes e “o comprador muito confortável”. Assim, também segundo Brandalizze, as referências estão quase R$ 5,00 abaixo das observadas em Rio Grande. 
 

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