As cotações da soja, em Chicago, após novo e forte recuo, momento em que o primeiro mês chegou a bater em US$ 12,96/bushel, se recuperaram no final da semana, em um natural ajuste técnico. Assim, o fechamento da quinta-feira (01/06) ficou em US$ 13,29/bushel, contra US$ 13,24 uma semana antes. A recuperação se deu a partir da aprovação do projeto de lei, nos EUA, sobre o aumento do teto do endividamento estadunidense, na Câmara, com amplo apoio dos dois partidos – Republicano e Democrata – o que deu espaço para o setor financeiro respirar mais aliviado, puxando o valor das commodities.
Já pelo lado das baixas, o clima positivo, que permite avanço no plantio da nova safra dos EUA é o elemento central. Até o dia 28/05, este plantio atingia a 83% da área esperada, contra 65% na média histórica para a data. Além disso, 56% das lavouras estavam germinadas, contra a média de 40%. Por sua vez, na semana encerrada em 25/05, os EUA embarcaram 239.736 toneladas de soja, ficando dentro das expectativas do mercado. Em todo o atual ano comercial os EUA já exportaram 48,4 milhões de toneladas de soja, ou seja, 2% abaixo do volume exportado em igual período do ano anterior.
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Cada vez mais o clima nos EUA se fará presente na formação dos preços em Chicago. Por enquanto, o mesmo está normal, porém, previsões para o futuro indicam um avanço na condição de seca em algumas regiões produtoras daquele país. E aqui no Brasil, os preços continuaram com viés de baixa, apesar de o câmbio ter melhorado um pouco, com a moeda brasileira sendo cotada ao redor de R$ 5,00 por dólar, na quinta-feira (01/06), após um recuo ao nível de R$ 4,92 mais uma vez. Há um indicativo de nova estabilização de preços, especialmente no Rio Grande do Sul, particularmente porque os prêmios futuros continuaram melhorando. Em Paranaguá os mesmos vieram a US$ 0,90/bushel negativos para junho e US$ 0,40 positivos para agosto.
Com isso, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 125,48/saco, sendo que as principais praças compradoras operaram em R$ 120,00. Já nas demais praças nacionais houve novos recuos, com o saco da oleaginosa girando entre R$ 104,00 e R$ 120,00/saco. Dito isso, o Brasil deve ter exportado 15,1 milhões de toneladas de soja, em maio, segundo número revisado pela Anec. Já a exportação de farelo de soja deve ter alcançado 2,2 milhões de toneladas, contra 1,89 milhão em maio de 2022.
A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário – CEEMA