A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a estimativa da próxima safra brasileira de soja em 2,24 milhões de toneladas, fixando-a em 160,18 MT em comparação com a estimativa anterior de 162,42 MT e a produção efetiva da safra anterior de 154,61 MT. Apesar da redução, a safra atual será 3,60% ou 5,57 MT maior do que a safra anterior.
De acordo com a TF Agroeconômica, é relevante notar que, embora a safra brasileira tenha um aumento modesto, a safra argentina deverá ter um aumento substancial, de 25 MT para 48 MT. Assim, a diminuição de 2,24 MT na estimativa brasileira pela Conab provavelmente será compensada pelo significativo aumento na safra argentina, indicando a possibilidade de quedas nos preços no futuro.
“As exportações (+1,57%) e o esmagamento interno (+2,5%) aumentaram, mas, ainda assim, o estoque final aumentou 13,79%, passando de 3,598 milhões de toneladas para 5,00 milhões de toneladas. E, como todos que os estoques finais são o ponteiro indicativo dos preços, quando eles aumentam os preços caem. Mais um indicador da tendência futura dos preços daqui para frente”, comenta.
Já os estoques dos subprodutos aumentaram muito. “Este é um terceiro grande indicador da tendência de baixa dos preços domésticos no Brasil, porque, se sobram mais farelo e óleo, a tendência dos preços destes subprodutos será de queda, não contribuindo para elevar os preços do grão. A projeção dos estoques de farelo de soja subiu 75,12%, passando de 2,05 MT para 3,59 MT. A projeção de estoques de óleo de soja subiu 56,34%, passando de 268 mil toneladas para 419 mil toneladas. São dois percentuais muito elevados, fazendo crer que os preços dos dois produtos deverão permanecer de estáveis para mais baixos na próxima temporada”, conclui.