Cultura da soja não é vetor significativo de supressão florestal na Amazônia

A Moratória da Soja completou 17 anos de existência ao longo dos quais manteve sempre o firme propósito de eliminar o desflorestamento-zero da cadeia de produção da soja no bioma Amazônia.

Desde a safra 2007/08 – quando foi cultivada uma área de 1,6 milhão de hectares (Mha) – a soja vem se expandindo na região. Com uma taxa de crescimento média de 354 mil hectares ao ano, atingiu os 6,6Mha na safra 2021/22, um aumento de 5 milhões de ha, o que indica claramente que a Moratória não impede a expansão da soja no bioma, mas contribui diretamente para direcionar a produção para áreas desflorestadas anteriormente ao acordo, buscando incentivar o desenvolvimento agrícola de forma sustentável.

Com base nas análises anuais do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desflorestamento verificado no bioma entre 22 de julho de 2008 e 31 de julho de 2022 foi de 9,12 Mha. Desse total, 3,86 Mha ocorreu nos 116 municípios produtores de soja, onde foram identificados apenas 192 mil hectares de soja em desacordo com o critério da Moratória.

De fato, a área em desacordo corresponde a menos de 3% do desflorestamento acumulado durante a Moratória, ou seja, cerca de 97% da supressão florestal ocorrida no bioma Amazônia no período de vigência do pacto não está associada à cultura. Além disso, essa área monitorada também representa 2,9% do total cultivado com a oleaginosa na safra 2021/22 no bioma e 4,9% do total desflorestado nos 116 municípios, reforçando sua baixa participação no desflorestamento total. Cabe destacar que apenas 10 municípios concentram 68% da soja em desacordo com a Moratória.

Antes do pacto entre 2002 e 2008, esses municípios tradicionalmente sojicultores tinham uma taxa média de desflorestamento anual da ordem de 10.629 km² e após a vigência deste pacto de desmatamento zero (2008-2022) esta taxa média caiu significativamente para 2.997km² por ano. Também cabe ressaltar que os 6,6 milhões de ha de soja plantada na última safra no bioma Amazônia representa apenas 1,57% da área total do bioma que possui uma área de 420 milhões de ha.

Para o diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias e Óleos Vegetais (Abiove), Bernardo Pires, os números devem ser comemorados. “A iniciativa é o exemplo mais bem sucedido do mundo de conciliação do desenvolvimento da produção agrícola de larga escala com a sustentabilidade ambiental, em seu quesito mais crítico, o desflorestamento-zero”, comenta Bernardo.

A governança e operação da Moratória são de responsabilidade do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), constituído pelas empresas associadas à Abiove e à Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e por organizações da sociedade civil.

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