Os preços do farelo de soja continuaram em alta no mercado brasileiro na primeira quinzena de agosto, devido à firme demanda externa e às expectativas de que a procura global possa ficar ainda mais aquecida neste segundo semestre de 2023,
diante da menor disponibilidade do coproduto da Argentina. Assim, o Brasil pode liderar o abastecimento global de farelo de soja nesta temporada 2022/23.
De acordo com a Secex, o Brasil escoou 12,96 milhões de toneladas de farelo de soja de janeiro a julho deste ano, 6% a mais que o embarcado no mesmo período do ano passado e um recorde para este período. O derivado brasileiro foi destinado
principalmente para Tailândia, Indonésia e Alemanha. Consumidores domésticos, por sua vez, estiveram cautelosos nas aquisições envolvendo grandes volumes. Esses agentes, atentos à firme demanda por óleo de soja, esperam aumento no
esmagamento e, com isso, maior disponibilidade de farelo. Além disso, adquirentes estão atentos à oferta abundante da soja em grão no Brasil.
Esse cenário limitou as altas domésticas. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, o preço do farelo de soja subiu 1,4% entre a média de julho e a da primeira quinzena de agosto. Os preços no Brasil também foram influenciados pelas valorizações externas e cambial (R$/US$).
Na CME Group (Bolsa de Chicago), o contrato de primeiro vencimento do farelo de soja se valorizou 1% entre a média de julho e a da parcial de agosto (até o dia 15), com média de US$ 440,14/tonelada curta (US$ 485,16/t) no último período – este é o maior valor mensal desde abril deste ano. O dólar registrou avanço de 1,9% entre a média de julho e a da primeira quinzena de agosto, a R$ 4,89 na última quinzena.