As margens de esmagamento chinesas voltaram a melhorar, seguindo o avanço das exportações brasileiras da oleaginosa para o país e a queda no preço internacional. A expectativa é de que as importações chinesas sigam fortes nos próximos meses, possivelmente até acima das expectativas, enxugando o excedente do Brasil e aproveitando o momento favorável para a formação de estoques no país asiático, de acordo com os dados do boletim de abril da Consultoria Agro do Itaú/BBA.
Os preços futuros da soja seguem apresentando desvalorização. Isso se deve à expectativa de boa safra nos Estados Unidos, com a influência do El Niño, além do fato de o Brasil, devido ao atraso na colheita e comercialização, possivelmente ter mais soja para concorrer com o grão americano no final do ano. No último dia 12, o USDA elevou a produção brasileira da safra 2022/23 para 154 milhões de toneladas.
O prêmio negativo no Brasil pode fazer com que o produtor segure a soja por mais tempo. Quando olhamos os prêmios no porto, do presente até o mês de julho, os valores seguem negativos. O prêmio volta a ficar positivo apenas em agosto.
Esse cenário pode fazer com que o produtor escolha vender o milho segunda safra que será colhido antes da soja já colhida, uma vez que só a diferença entre o prêmio atual e o futuro está em USD 2,59/saca, o que pode compensar o custo de carrego da soja.
A aplicação de uma taxa de câmbio preferencial para as vendas externas de soja na Argentina deve estimular a comercialização da oleaginosa pelos agricultores do país.
Para os preços, a medida é baixista no curto prazo, porque deve gerar maior oferta da Argentina no mercado internacional.
Porém, o efeito deve ser limitado, por conta de duas situações: devido à grande quebra da safra, a disponibilidade de produto é bem menor esse ano; o outro ponto, é que a soja também é uma reserva de valor para o produtor argentino, representando uma segurança diante das incertezas econômicas do país, o que pode diminuir em alguma magnitude a intensidade das vendas.