Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – A exportação de soja do Brasil somou 15,6 milhões de toneladas em maio, o segundo maior volume mensal da história, perdendo apenas para os embarques registrados em abril de 2021, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta quinta-feira.
Além de uma safra recorde, os embarques da oleaginosa brasileira estão sendo impulsionados por firme demanda internacional que vai além da China.
Conforme dados da programação de navios, até mesmo os Estados Unidos, que estão na segunda posição no ranking da produção e exportação de soja, atrás do Brasil, estão buscando o produto nos portos brasileiros, com os preços pressionados pela colheita abundante atraindo compradores.
O Brasil também vem registrando uma demanda adicional da Argentina, onde a safra sofreu severas perdas por conta da seca — o país vizinho tem uma grande indústria processadora, e importa mais a oleaginosa nesta temporada para atender compradores de farelo e óleo de soja.
A produção brasileira de soja cresceu 23,3% neste ano, para 154,8 milhões de toneladas, segundo dados da estatal Conab, viabilizando os grandes embarques.
Segundo a Secex, as exportações do Brasil aumentaram cerca de 5 milhões de toneladas na comparação com maio do ano passado, após terem atingido volumes expressivos em abril (14,3 milhões de toneladas).
O volume mensal embarcado pelo país só fica atrás da exportação registrada em abril de 2021 (16,1 milhões de toneladas).
Alguns participantes do mercado também citaram déficit de armazenagem no Brasil como fator que favorece os grandes embarques de uma só vez, considerando que muitos produtores por falta de silos não poderiam segurar o produto até obterem os melhores preços.
As expectativas do mercado são de exportações de soja neste ano de mais de 90 milhões de toneladas, patamar também histórico.
Outro destaque das exportações agropecuária do Brasil em maio foi o açúcar, que registrou crescimento de quase 1 milhão de toneladas na comparação com o mesmo mês do ano passado, com os embarques somando 2,47 milhões de toneladas –também foi o maior volume mensal embarcado em 2023.
Em ano em que se espera importante aumento da produção, a tendência é a exportação de açúcar do maior exportador da commodity ganhar ritmo nos próximos meses, em linha com o avanço da safra no centro-sul.
(Por Roberto Samora)