Consumidores brasileiros estiveram reticentes nas negociações do farelo de soja na primeira quinzena de outubro. Muitos deles adquiriram grandes volumes no mês anterior e não tiveram necessidade de negociar quantidades significativas no spot nacional. Diante disso, os preços do farelo de soja cederam 1,7% entre a média de setembro e a da parcial de outubro (até o dia 16) na média das regiões acompanhadas pelo Cepea.
No comparativo anual, a baixa é de 12,8%, em termos reais (IGP-DI, de set/23). O movimento baixista no Brasil se deve também à queda externa, que, neste caso, está atribuída à entrada da safra 2023/24 de soja nos EUA.
Com isso, o primeiro vencimento do farelo de soja negociado Bolsa de Chicago (CME Group) registrou a menor média desde nov/21, a US$ 371,72/ tonelada curta (US$ 409,75/t) na parcial deste mês. Além disso, as recentes estimativas do USDA apontam que o Brasil deve produzir 43,21 milhões de toneladas de farelo na temporada 2023/24 (de out/23 a set/24), 5,2% superior aos 41,07 milhões de toneladas em 2022/23. A projeção do USDA também mostra crescimento de 14% na produção na Argentina, o que deve aumentar a disponibilidade do coproduto no mercado global.
Vale observar, entretanto, que o consumo de farelo de soja no Brasil deve crescer pela 20ª safra seguida, a 20,7 milhões de toneladas na temporada 2023/24, 2% superior à anterior. E, desde 2021/22, a demanda externa supera as compras do mercado interno, prevista em 22 milhões de toneladas para a safra 2023/24.