A NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) informou, nesta segunda-feira (16), que foram processadas 4,5 milhões de toneladas de soja em setembro pelo país, volume recorde para o mês. O total ficou ainda acima das expectativas do mercado, de 4,4 milhões, além de superar ainda o esmagamento do mês passado, de 4,39 milhões de toneladas.
A instituição informou ainda que os estoques de óleo de soja norte-americanos, no último mês, totalizaram 1,108 bilhão de libras, sendo estes os menores estoques desde dezembro de 2014. Além disso, o número ficou ainda abaixo das expectativas do mercado, de 1,208 bilhão de libras.
Os dados deste início de semana deram ainda mais espaço para as altas que vinham sendo registradas no início do dia pelo óleo de soja na Bolsa de Chicago. Assim, por volta de 14h15 (horário de Brasília), os futuros do derivado subiam quase 3%, levando o dezembro 55,91 cents de dólar por libra-peso. As altas do derivado dão suporte, inclusive, aos ganhos do grão.
Em seu último boletim mensal de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que a demanda por combustíveis renováveis tem sido crescente no país, o que puxa fortemente também o consumo de óleo de soja para a produção de biodiesel. O movimento deverá, inclusive, tirar cada vez mais os EUA do cenário de exportadores do derivado, além de promover um aumento de suas exportações.
O gráfico abaixo mostra como foi o comportamento destas atividades nos últimos 30 anos – da safra 1993/94 a 2023/24. Na linha vermelha, as exportações menos as importações; na azul as exportações de óleos vegetais e na preta, as importações.
“Enquanto novas instalações de esmagamento e a expansão das instalações existentes podem aumentar a oferta interna de óleo de soja, a maior demanda por biodiesel nos Estados Unidos causou grandes mudanças no ritmo das importações norte-americanas de óleo vegetal”, explicam os especialistas do USDA. Até pouco tempo, os EUA eram um dos principais exportadores globais de óleo de soja, com recordes sendo registrados no ano comercial 2009/10. De lá para cá, a curva foi se invertendo, com as importações superando as exportações.
As compras dos EUA não aumentaram só no óleo de soja, mas também de outras matérias-primas, como óleo de canola e óleo de cozinha usado. A linha preta, no gráfico abaixo, mostra o substancial aumento nas importações de óleo de colza entre 2017/18 até agora.
Com todo este cenário se desenhando, o USDA pontuou ainda, em seu boletim do último dia 12, que o comportamento dos óleos vegetais foi um direcionador importante para os preços das oleaginosas neste mês. A tabela e o gráfico abaixo mostram o comportamento dos preços de exportação dos principais óleos vegetais em importantes origens.
Na linha vermelha, o óleo de soja no Golfo dos EUA; azul óleo de soja na Argentina; preta óleo de soja no porto de Paranaguá no Brasil; verde óleo de palma na Malásia e na roxa, óleo de palma na Indonésia.
As médias de setembro mostram que a tonelada do óleo de palma na Malásia – em USS$ 833,00 – era a mais competitiva. O valor mais alto era o óleo de soja no Golfo americano, com US$ 1523,00/tonelada.