SÃO PAULO (Reuters) -O plantio de soja do Paraná atingiu 58% da área estimada para a cultura na safra 2023/24, avanço de 12 pontos percentuais em relação à semana anterior, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) publicados nesta terça-feira.
O plantio segue em ritmo adiantado em relação a 2022 nesta época (44%), mas agora ficou atrás do índice de 2021 (60%). Até a semana passada, o ritmo dos trabalhos era o mais acelerado em cinco anos, segundo dados do órgão do governo do Estado.
“O plantio da soja continua acelerado, principalmente no norte do Estado. Região oeste já está finalizando e o sul começa ganhar força a partir de agora. As chuvas, de modo geral, não trouxeram problemas revelantes. Os problemas foram pontuais em regiões mais ao sul do Estado”, avaliou o especialista Edmar Gervásio, do Deral.
O Estado teve um início de plantio mais adiantado este ano, considerando a maior umidade nas lavouras, diante das condições climáticas de El Niño que tendem a trazer mais chuvas para o sul do Brasil.
A última estimativa para a safra de soja do Paraná 2023/24 é de 21,9 milhões de toneladas, uma das maiores safras do Estado, segundo o Deral.
O Deral informou também que o plantio da primeira safra de milho no Paraná havia atingido 91%, versus 89% na semana anterior, ante 82% registrados na mesma época do ano passado.
PROBLEMAS AO TRIGO
No caso do trigo, produtores do Paraná já colheram 84% da safra, alta de quatro pontos percentuais ante a semana anterior e contra apenas 63% na mesma época de 2022, mas as chuvas têm dificultado os trabalhos e trazido preocupações sobre o volume a ser colhido.
“Evoluiu pouco a colheita… as condições, por outro lado, pioraram bastante, a gente tinha condição razoável até a semana passada, e isso deteriorou bastante”, disse o agrônomo Carlos Hugo Godinho, ao comentar os impactos das chuvas para o trigo que está pronto para colher.
“Estamos com praticamente 10% das lavouras reclassificadas para menos do que boas”, disse.
No final do mês passado, a safra de trigo do Paraná ainda havia sido estimada em recorde de 4,16 milhões de toneladas, avaliação esta que poderá ser alterada na próxima projeção mensal.
(Por Roberto SamoraEdição de Pedro Fonseca)
