Os preços da soja no Brasil permaneceram resultados, com uma tendência de alta evidência. Conforme infomações divulgadas pela Central Internacional de Analise Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), na média gaúcha, o valor encerrou a semana em R$ 140,18 por saco, um patamar não alcançado desde meados de abril passado. Nas demais regiões do país, os valores oscilaram entre R$ 117,00 e R$ 130,50 por saco.
Nesse contexto, o plantio da nova safra brasileira de soja atingiu 68% até o dia 16 de novembro. Apesar do progresso, há atrasos preocupantes, especialmente no Mato Grosso, o maior produtor nacional. Em áreas particularmente afetadas, os produtores veem diante da decisão entre replantar, manter as plantações para uma possível recuperação parcial ou abandonar parte das lavouras e iniciar o plantio da segunda safra no início de 2024. Essa situação também pode se repetir em áreas de Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais se as chuvas não melhorarem nos próximos dias.
No Sul do país, apesar do excesso de chuvas e inundações, o plantio segue, embora com atrasos. No Paraná, atingiu-se 93% da área prevista, com 87% das atividades em boas ou excelentes condições, 11% regulares e apenas 2% ruínas. Espera-se uma colheita de soja dentro da normalidade, com o estado aguardando uma produção de 21,9 milhões de toneladas.
Embora haja risco de perdas no potencial produtivo da soja em várias regiões brasileiras, as expectativas mais otimistas apontam para uma safra final em torno de 161,6 milhões de toneladas em 2023/24, um pouco abaixo da expectativa inicial de 169 milhões de toneladas, devido a um pequeno aumento na área plantada. Porém, há projeções ainda mais conservadoras que diminuem uma safra próxima ou abaixo das 160 milhões de toneladas, semelhante ao volume colhido em 2022/23.
No Mato Grosso do Sul, o plantio atingiu 84,8%, abaixo dos 90,8% da média histórica, devido à escassez de chuvas. Estima-se um aumento de 6,5% na área plantada com uma produção final de 13,8 milhões de toneladas e uma produtividade média de 54 sacos por hectare, sendo que 98,5% dos trabalhos semeados estão em boas condições.
Neste cenário, é provável que as exportações de soja recuem em 2024, estimando-se um volume de 100,9 milhões de toneladas, após um recorde esperado de 101,1 milhões em 2023. Para toda a safra da América do Sul (Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai) em 2023/24, espera-se um aumento significativo, alcançando 228,6 milhões de toneladas em comparação com os 193,7 milhões no ano anterior, impulsionado principalmente pela recuperação esperada da produção argentina.