A proposta da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) de regionalização do calendário de semeadura da soja, dividindo o Estado em três regiões, foi aceita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A confirmação se deu após diversas reuniões técnicas para buscar uma solução para os produtores, que inicialmente haviam perdido 40 dias para o plantio, em comparação com 2022/2023.
De acordo com o secretário da Agricultura, Giovani Feltes, em conversas com as entidades ligadas ao setor se propôs uma possível regionalização, desde que algumas regiões que efetivamente demandam uma janela maior de semeadura, em função dos cultivos anteriores de milho e as especificidades da colheita das culturas de inverno que tem grande importância para os produtores locais, pudesse ser observado até 120 dias.
“O Ministério entendeu a importância de se criar condições favoráveis para o desenvolvimento do milho e da soja nas mesmas áreas, a fim de proporcionar segurança na cadeia da produção agropecuária do Rio Grande do Sul, que é afetada fortemente pela safra do milho, além de fortalecer medidas fitossanitárias e o enfrentamento da ferrugem asiática no Estado”, garante Feltes.
A Portaria SDA/Mapa nº 886, de 12 de setembro de 2023, alterou o calendário de semeadura de soja da safra 2023/2024, incluindo também os Estados do Paraná, Rondônia e Santa Catarina. No Rio Grande do Sul ficaram definidas três regiões e prazos para o plantio: Região Sul-Sudeste, de 1º de outubro a 18 de janeiro de 2024, contemplando 110 dias; Região Norte-Nordeste, de 1º de outubro a 28 de janeiro de 2024, possibilitando 120 dias; e Região Campos de altitude, de 1º de outubro a 8 de janeiro de 2024, com 100 dias para semeadura.
Para o diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV), Ricardo Felicetti, a alteração do calendário beneficia não só os produtores rurais como a economia do Estado. “Poderia haver uma redução de oferta e agravamento no abastecimento de milho, implicando em importações do grão de outros Estados e, por sua vez, impactaria nos custos de produção da cadeia da agropecuária do Rio Grande do Sul, com reflexos na sua competitividade”, afirma, lembrando que o aumento do prazo minimiza esses efeitos na cadeia produtiva.