Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Brasil 2023/24 foi estimada nesta quarta-feira em recorde de 161,6 milhões de toneladas, apesar de problemas climáticos que reduziram o potencial de colheita em alguns milhões de toneladas, de acordo com dados da Agroconsult.
A previsão foi anunciada em evento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), em momento em que a safra enfrenta desafios climáticos no centro-norte do país, onde as chuvas têm sido irregulares e em volumes considerados insuficientes para o plantio deslanchar.
A estimativa indica ainda um aumento na comparação com a histórica safra do ano passado, de 159,7 milhões de toneladas, com a consultoria considerando um aumento da área plantada de 2,9% no Brasil em 23/24 e também melhores produtividades no Rio Grande do Sul, cuja colheita sofreu com a seca na temporada passada.
O presidente da Agroconsult, André Pessôa, afirmou que as perdas pelo clima foram estimadas em 7,6 milhões de toneladas, com maior redução em Mato Grosso (4,8 milhões de toneladas), pelo tempo quente e seco.
A estimativa da consultoria de “partida” para a safra do Brasil era em torno de 169 milhões de toneladas, para uma temporada com potencial de 171,8 milhões de toneladas, disse Pessôa, durante o evento.
As exportações brasileiras de soja vão cair em 2024 na comparação com 2023, diante de uma safra menor que o esperado e uma recuperação da safra da Argentina.
A exportação brasileira no próximo ano foi vista em 100,9 milhões de toneladas, ante recorde de 101,1 milhões em 2023, que deverá fechar com alta de 28,6% versus 2022.
A Agroconsult estimou a safra combinada de soja de Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai em 228,6 milhões de toneladas em 23/24, versus 193,7 milhões no ciclo anterior, com impulso da produção argentina, que no ano passado sofreu com a seca histórica.
Já a produção de milho do Brasil 23/24 foi projetada em 128,7 milhões de toneladas, versus recorde de 138,4 milhões na temporada anterior, em meio a uma queda na área plantada de 5,1%, para 21,2 milhões de hectares.
Já o algodão vai ganhar área de milho na segunda safra, pela melhor rentabilidade, disse Pessôa.
A área plantada com algodão foi estimada em 1,94 milhão de hectares, alta anual 14,9%, versus 1,75 milhão na previsão inicial.
A produção de algodão em 23/24 foi estimada em recorde de 3,74 milhões de toneladas (pluma), alta de 16,4% ante o ciclo passado.
(Por Roberto Samora)