A quarta-feira (25) terminou com o mercado da soja no vermelho na Bolsa de Chicago, porém, amenizando o movimento de queda observado mais cedo. Os preços encerraram o dia com baixas de 2,75 a 7,75 pontos nos contratos mais negociados, levando o agosto a US$ 15,15 e o novembro, referência para a safra americana a US$ 14,20 por bushel.
Os preços da soja acompanham as perdas e correções que registram também seus mercados vizinhos – milho, trigo e derivados – mas sem deixar de monitorar de perto os atuais cenários de clima no Meio-Oeste americano e da escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) voltou a fazer uma leve revisão para baixa no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições no país, que saiu de 55% para 54%. O mercado esperava uma manutenção do número, como se deu no caso do milho.
“A soja dos EUA não está garantida, não estão boa. Mas o ajuste (pelo USDA de 1% a menos no índice de bom/excelente) dessa semana não é muito drástico, muito significativo”, explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing. “Não sabemos ainda se uma soja se estabilizando em um patamar ruim ou se pode piorar ainda mais”.
Edwards lembra, no entanto, que mesmo sendo esta uma safra menor, estará disponível mais cedo ao mercado, uma vez que o plantio ocorreu em um ritmo mais acelerado, mais cedo, se concluindo antes do que acontecia em safras anteriores.
Assim, o mercado segue acompanhando de perto tais desdobramentos para se posicionar. O consultor complementa dizendo que apesar das recentes altas, o que mais lhe preocupa são os fundamentos de longo prazo, em especial as expectativas em torno da safra 2023/24 da América do Sul.
Além da nova safra se desenhando nos EUA, as notícias menos intensas vindas do Leste Europeu – que também deram espaço a uma realização de lucros no trigo, a qual já está sendo recuperada – ajudam na pressão sobre as cotações.
Após dias consecutivos de ataques à estruturas ucranianas, ministros da Agricultura da União Europeia estiveram reunidos em Bruxelas, na Bélgica, nesta terça-feira para discutir as rotas alternativas e as exportações de produtos agrícolas da Ucrânia.
O trigo conseguiu inverter o sinal e fechou a terça-feira no positivo em Chicago.
“Os ataques da Rússia contra os portos da Ucrânia deram uma pausa, porém, o mercado agora volta a avaliar o cenário climático americano, que apesar das chuvas dos últimos dias não trouxeram melhora para as qualificações das lavouras no relatório do USDA publicado ontem”, explica a equipe da Agrinvest Commodities. “Parece que a reposição de água no solo continua abaixo do esperado, o que pode ser um problema, diante das perspectivas de um clima mais quente e seco para os próximos 10 dias”.