A volatilidade continua nesta segunda-feira (4) na Bolsa de Chicago e, por volta de 14h40 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 14,75 e 17,50 pontos nos principais vencimentos. Assim, o janeiro tinha US$ 13,07 e o maio, referência importante para a safra brasileira, sendo cotado a US$ 13,45 por bushel. O clima na América do Sul permanece no centro das atenções do mercado e deixa os traders confusos, se dividindo entre as previsões e as chuvas que se efetivam ou não.
A pressão vem, como explicam analistas e consultores, das chuvas que vão se confirmando em áreas produtoras do Brasil, além das previsões melhores para os próximos dias. Por outro lado, as preocupações ainda presentes – já que tais chuvas precisam se confirmar efetivamente em mais áreas – o mercado monitora também a demanda pela soja dos EUA e espera por novas notícias.
“O clima na América do Sul segue dando movimento às cotações, principalmente, da soja e do milho”, explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. “Para os próximos 10 dias o GFS (modelo americano), atualizado nesta manhã, segue prevendo acumulados superiores a 120 mm para o noroeste do RS, extremo sul de MG. Fortes acumulados no RS, SC, sul do PR, leste de SP, divisa de GO com MS, centro-oeste do MT. Moderados no norte do PR, oeste de SP, faixa central de MG, leste do MS. Acumulados leves previstos para TO, GO, MT, oeste do MS e todo o triângulo mineiro”.
O clima na América do Sul é um dos principais vetores de direção para o mercado agora, porém, precisa trazer novas notícias para que os preços passem por esta fase de transição que vive agora. O último final de semana ainda foi de tempo quente, com chuvas irregulares, cenário já conhecido pelos traders.
Ainda nesta semana, o mercado espera pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que chega nesta sexta-feira (8) e, um dia antes, o novo Levantamento da Safra de Grãos pela Conab, na quinta (7). As expectativas são de como virão as estimativas para a safra brasileira depois de todas as adversidades climáticas que vem sofrendo até este momento.
Outro fator de pressão sobre os futuros do grão neste início de semana vem do farelo, que cedia mais de 1% na tarde de hoje, levando a posição mais negociada a US$ 408,00 por tonelada curta. No entanto, a pressão – que pode ser uma correção depois das últimas altas – chega mesmo diante de um “apagão de farelo”, como explica a Agrinvest Commodities. “O ‘apagão’ traz volatilidade, com a ausência da Argentina e todos os entraves logísticos no Brasil, a demanda por farelo continua presente nos EUA. Hoje, o USDA reportou vendas para as Filipinas”, explica o time da consultoria.