O mercado da soja deixou a estabilidade e passou a operar em campo positivo na Bolsa de Chicago. As cotações subiam, por volta de 12h (horário de Brasília), entre 2,75 e 10,75 pontos nos principais contratos, levando o maio a US$ 14,94 e o julho a US$ 14,58 por bushel. O agosto tinha US$ 13,96. Os futuros da oleaginosa encontram espaço para as altas mesmo com baixas no milho, no trigo e nos derivados na CBOT.
Os preços refletem, como explica a equipe da Agrinvest Commodities, a crise instalada na Argentina. Na semana passada, novos cortes foram informados sobre a safra 2022/23 de soja, que deverá ser uma das menores das últimas duas décadas, gerando uma crise ainda mais grave na já muito fragilizada da economia do país.
“O país sofre com severa dificuldade de sua balança de pagamentos e já que há quem fale em novo calote do país. A crise hídrica sem precedentes levou a um forte corte na estimativa de produção de soja. Assim como para o Brasil, a soja tem vital importância na balança comercial de nossos vizinhos, sem soja, não há entrada de dólares”, explica a Agrinvest.
Ainda assim, o mercado espera por novas e fortes notícias para um melhor direcionamento. Enquanto isso, segue focado nas previsões climáticas para o Meio-Oeste dos Estados Unidos, demanda chinesa e a conclusão da safra da América do Sul.
“O plantio no Meio-Oeste continua a todo vapor. Os mapas mostram condições ideais de semeadura para toda a região. Já o norte vai continuar mais frio do que o normal”, explica a consultoria.
Os números atualizados sobre a área plantada nos Estados Unidos chegam no final da tarde desta segunda-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O último índice foi de 4%, apresentado na última segunda (17).
Os traders estão atentos também, além dos fundamentos, às compras que os EUA têm feito de soja no Brasil pelos preços mais atrativos neste momento.
“Uma queda nos preços devido à abundância de suprimentos locais está tornando o Brasil uma origem atraente para a soja, com pelo menos dois navios transportando um total de 79.150 toneladas de produtos brasileiros indo para os EUA nos próximos dias, de acordo
com dados de embarque”, explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.