A terça-feira (22) terminou com os preços da soja caindo de 13 a 15,75 pontos nos principais vencimentos na Bolsa de Chicago. Com as baixas, o contrato novembro – referência para a safra americana – foi a US$ 13,46 e o maio – referência para a safra do Brasil – terminou os negócios cotado US$ 13,63 por bushel. O dia foi intensamente volátil para os futuros não só da oleaginosa, mas também dos grãos.
“Soja, milho e trigo testaram alguns ganhos modestos no pregão noturno, passaram à estabilidade, mas depois assumiram uma postura de liquidação de posições e vendas técnicas que levou os três para o vermelho nesta terça-feira”, afirmaram os analistas do portal norte-americano Farm Futures. O complexo também testou perdas consideráveis, de quase 1% no farelo e de até 4% no óleo, o que intensificou as baixas no grão.
“Hoje foi um dia de mercado nervoso e a soja foi a bola da vez, liquidando posições”, explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. “Houve uma queda, mas o mercado está conseguindo se sustentar nos US$ 13,50, o que é importante”.
Os traders esperavam por uma redução no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no reporte semanal de ontem, que não veio. O boletim apontou uma manutenção no número em 59%, o que ajuda na pressão sobre as cotações.
Embora a classificação não tenha sido alterada, o mercado permanece atento às adversas condições de clima, em especial por conta do período ser determinante para a definição da produtividade e para a conclusão da safra 2023/24 do país.
Assim, os dados que começam a chegar do Pro Farmer Crop Tour, um dos mais importantes dos EUA, são bastante aguardados e podem mexer com o andamento das cotações. Os primeiros estados visitados – Ohio e Dakota do Sul – a estimativa de produtividade do milho é maior do que a do ano passado e o número de vagens por metro quadrado em ambos os estados também.
As estimativas nacionais serão reportadas na tarde desta sexta-feira, 25 de agosto, às 15h30 (Brasília) e você acompanha aqui no Notícias Agrícolas. Sete estados serão visitados – Dakota do Sul, Ohio, Nebraska, Indiana, Minnesota, Illinois e Iowa. Apesar disso, para trazer suas estimativas nacionais, o time do Pro Farmer contabiliza também dados de outros estados que não tenham sido visitados.
Veja o que já foi divulgado:
Ao lado da safra americana, os traders também permanecem atentos ao comportamento da demanda, à comercialização no Brasil e ao mercado financeiro.
MERCADO BRASILEIRO
Para o mercado brasileiro, ainda como explica Brandalizze, a semana ainda tem sido positiva para os preços no Brasil, com os futuros ainda acima dos US$ 13,00 em Chicago e apesar dos recuos desta terça. Somente da manhã para o início da tarde de hoje, os indicativos no Brasil perderam R$ 2,00 por saca. Somado a isso, houve ainda uma queda de 0,8% no dólar, que fechou o dia com R$ 4,94.
“Ainda é um momento bom, estamos perto dos melhores momentos desde a colheita”, diz o consultor. “Para quem precisa fazer caixa, esta é uma semana importante, porque semana que vem, este fator climático perde força, a safra vai se definindo, estes números do Pro Farmer podem confirmar uma safra de 114 milhões de toneladas ou mais na soja e aí o mercado climático perde força. Depois, os olhos se voltam para a América do Sul, que vai plantar mais, e a fase de alta terá passado e podemos ver o mercado perdendo até os US$ 13,00”.