No início da tarde desta segunda-feira (18), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago reduziam as baixas e passavam a operar com estabilidade, mas ainda do lado negativo da tabela. As posições mais negociadas, por volta de 12h10 (horário de Brasília), perdiam entre 0,50 e 1,25 ponto, com o janeiro sendo cotado a US$ 13,15 e o maio, US$ 13,41 por bushel.
Diferente do que se registrava mais cedo, o óleo de soja – que também trabalhava com estabilidade – operava com boas altas, de mais de 1%, aocmpanhando uma nova disparada do petróleo, de mais de 3% na tarde de hoje, trazendo o barril do brent de volta aos US$ 78,00. Já o farelo seguia trabalhando com leve recuo.
“Os contratos futuros da soja chegaram a zerar suas quedas da madrugada, de olho no conturbado cenário da energia global. Rotas marítimas passando pelo Mar Vermelho e Canal de Suez estão sendo evitadas pelas maiores empresas de navegação e petróleo do mundo”, explica o time da Agrinvest Commodities.
Apesar disso, o mercado segue focado em seus fundamentos, em especial no clima sulamericano, porém, também já sentindo a época, em que os negócios perdem força e os fundos vão buscar um ajuste de posições antes do encerramento do ano, garantindo bons resultados.
Todavia, no Brasil, o cenário climático ainda preocupa. “O final de semana foi de tempo seco nas áreas centrais e norte do Brasil, também no PR e SC, com chuvas apenas no RS e Argentina. O forte calor que atingiu o país está tirando um pedaço da safra, com temperaturas superando os 40 Graus no MT e GO. Algumas áreas do MT que só seriam colhidas em janeiro anteciparam a colheita devido à seca e altas temperaturas, com grandes perdas sendo reportadas”, afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Para os próximos dias, as preocupações continuam. Embora alguns modelos sinalizem a chegada de algumas chuvas para o Centro-Oeste brasileiro, há ainda muita irregularidade e estas previsões precisam se confirmar para, efetivamente, provocar uma mudança entre as lavouras brasileiras.
Além disso, o excesso de precipitações no Sul do Brasil também preocupam. Como explicou o fisiologista e diretor do Incia (Insituto de Ciências Agronômicas) em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta segunda-feira, as lavouras vêm sofrendo não só com muita umidade, mas também com temperaturas elevadas agora, o que favorece o aparecimento mais intenso de pragas e doenças, algumas chegando mais cedo do qu o normal.
Também na pauta, o comportamento da demanda, que tem tido semanas bastante intensas nos últimos dias, bem como o quadro geopolítico. “As questões geopolíticas podem voltar a tona novamente. Durante o final de semana, Israel atacou o Hesbollah pelo Sul do Líbano, o que poderá gerar novos atritos, trazendo consequências aos mercados”, explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
E no radar ainda estão as informações sobre a demanda, que vem registrando semanas fortes, em especial no mercado norte-americano.