Mais uma venda de soja foi informada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (27) de 256 mil toneladas. O destino não foi revelado e o volume é todo da safra 2023/24.
Este é o terceiro anúncio da semana, o que leva o total informado nas vendas chegando a 878 mil toneladas. “Os preços começaram a trabalhar. Ontem, o USDA já reportou a venda de 500 mil toneladas de soja para destinos ‘desconhecidos’. Nas última semanas, a Sinograin – estatal chinesa – comprou vários barcos de soja nos EUA para suas reservas”, explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
Há tempos o mercado não registrava dias consecutivos de anúncios de venda e esse tem sido nesta semana, portanto, mais um fator de suporte para as cotações. A soja vendida nestes últimos dias é toda referente à safra nova, o que deixa ainda mais claro ao mercado que os produtores norte-americanos não tem mais produto disponível, justificando, inclusive, o spread entre os vencimentos mais próximos dos mais distantes na Bolsa de Chicago.
Perto de 12h (horário de Brasília), desta quinta-feira, enquanto o agosto subia 11,50 pontos para alcançar os US$ 15,57, o novembro – referência para a temporada 2023/24 dos Estados Unidos – perdia 2,25 pontos para ser negociado a US$ 14,17 por bushel.
“E isso vai de encontro com estes informes diários de novas vendas para destinos ‘desconhecidos’ que acreditamos ser a China. Isso sugere que a China está de volta ao jogo, que os preços no Brasil estão mais altos – mesmo que em partes, uma vez que o dólar está em suas mínimas desde abril de 2022”, explica o analista de mercado Mike Zuzulo, da Global Commodity Analytics, ao portal americano AgWeb.
A próxima peça do quebra-cabeças agora é, ainda segundo o especialistas, os compradores buscando entender qual será o tamanho da nova safra americana e será o suficiente para atender às suas necessidades de importação. “Imagino que os traders já estejam pensando o novo relatório (mensal de oferta e demanda) do USDA, a China certamente já está pensando, e agora temos que entender como será a demanda não só por soja, mas por grãos de forma geral”, afirma Zuzulo.