A falta de direção continua e o mercado da soja na Bolsa de Chicago inverteu o sinal mais uma vez. No início da tarde desta terça-feira (31), os futuros da soja passaram a subir, testando altas de dois dígitos nos contratos mais próximos, depois de terem começado o dia operando com estabilidade, registrando ligeiros recuos. Assim, por volta de 12h10 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 10 e 16,25 pontos, com as altas mais fortes nos contratos mais próximos.
Dessa forma, o novembro voltava aos US$ 12,99 e o maio aos US$ 13,64 por bushel. Parte dos ganhos se dava na esteira do farelo, que subia quase 2% na CBOT, levando o dezembro a US$ 434,50 por tonelada curta, recuperando parte do que caiu na sessão anterior. O óleo, no mesmo momento, recuava, em um movimento contrário do que se deu ontem.
“Os contratos futuros da soja voltam a trabalhar no território positivo, depois de testarem patamares importantes na madrugada. A virada vem com o farelo. Na madrugada, após dados mais fracos da economia chinesa, o contrato janeiro/24 quase perdeu a casa dos US$ 13,00, Entretanto, a escassez de farelo no mercado internacional segue sustentando o derivado e, por consequência, o grão”, explica a Agrinvest Commodities.
O clima na América do Sul ganha cada vez mais espaço no radar dos traders e as previsões sinalizando melhoras nas condições, em especial do Centro-Norte do país, têm pesado sobre os preços já desde ontem.
“Os modelos estão errando muito, para mais e para menos. Ontem, em conversa com alguns produtores de Mato Grosso sobre a rodada de chuvas do final de semana, relatos de volumes e cobertura muito acima do previsto”, explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities. E mais chuvas estão previstas para o estado, bem como a continuidade delas para o Sul do Brasil, o que, neste caso, é ruim para o plantio 2023/24.
Os últimos números do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), o plantio no estado chega a 70,05% da área, com um avanço semanal, até sexta-feira (27), de 10 pontos percentuais. Ao mesmo tempo, porém, os trabalhos de campo estão bastante comprometidos em estados como o Paraná, pelo excesso de umidade, ou em outras regiões do Centro-Oeste e do Matopiba, pela falta delas.
“Mercado opera de olho no Brasil. Plantio segue atrasado, com poucas chuvas significativas e calor excessivo no Centro-Norte do país”, informa a Pátria Agronegócios.