Buscando por alternativas para o caos logístico em Santos, exportadores de algodão embarcam pelo Nordeste

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Há pelo menos mais de um ano o Notícias Agrícolas vem acompanhando os desafios dos exportadores do Brasil com a falta de infraestrutura no Porto de Santos. Os dados mostram que diversos setores ainda encontram problemas e os atrasos nos navios continuam acontecendo. 

O problema na logística global começou a trazer impactos ainda na Covid-19, se alastrou com os impasses geopolíticos e de acordo com lideranças, está longe de ser resolvido. Em Santos, maior porto da América Latina, os entraves com a infraestrutura trazem ainda mais desafios. 

Buscando por soluções, multinacionais começam a buscar por outros portos para conseguir fazer a embarcação sem atrasos. Os gargalos afetam vários setores e mais recentemente a Cargill divulgou que testou, pela primeira vez, um embarque de algodão pelo Nordeste. 

Fortaleza foi o destino escolhido e de acordo com a empresa, trata-se de um canal estratégico para volumes de 100 toneladas e para commodities cultivadas a mais de 800km. Quatro contêineres foram enviados para Ho Chi Minh, no Vietnã.

“Esse trabalho mostra a importância da logística estratégica para que o mundo consiga receber as commodities brasileiras no menor tempo possível. Esse foi apenas o primeiro embarque deste volume em Fortaleza, temos a perspectiva de novos envios em breve”, adianta Daniela Duarte, líder de Transportes Internacionais e Cabotagem da Cargill na América Latina.

De acordo com ela, essa projeção acompanha os números esperados da safra em estados como Piauí, Maranhão e Tocantins. Para o futuro, a companhia espera expandir a mesma logística para atender à crescente produção de algodão em outras regiões o Noroeste da Bahia, Piauí e Maranhão.

Rogério Barbosa, Diretor da Horus Cargo, que opera no Porto de Santos, afirma que o problema é de fato contínuo e que ao que tudo indica, deve se arrastar pelos próximos anos, até a construção de um novo terminal. Segundo ele, além de Fortaleza, Salvador também começa a entrar no radar dos exportadores. 

“Com tudo isso acontecendo, no futuro os armadores não vão escolher uma rota que passe por mais de um porto, mas sim escolher apenas o mais prático, rápido. Santos não consegue atender mais o volume, não tem capacidade”, afirma. 

De acordo com ele, o que chama atenção é que Salvador, por exemplo, não contava com essa linha operacional para Ásia, mas que abriu recentemente a possibilidade. “No curto prazo, os volumes podem ser baixos, mas o Porto de Santos está colapsando e no futuro teremos volumes expressivos”, acrescenta. 

Em fevereiro deste ano, a Autoridade Portuária de Santos (APS)responsável pela infraestrutura pública do Porto de Santos, informou ao Notícias Agrícolas que no que “No cabe à responsabilidade pública do Porto, está sendo ampliada a capacidade, com estudos para o aprofundamento do canal para 17 metros. A previsão contida no plano estratégico da APS é atingir essa profundidade em 2030. Entretanto, a Autoridade Portuária está iniciando estudos para antecipar essa meta. E, com a concessão da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), haverá nos próximos cinco anos a ampliação da capacidade ferroviária, que diminui o tráfego rodoviário de graneis vegetais, abrindo espaço para os caminhões de contêineres, que tem tamanho menor e maior rotatividade”. 

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