Em sua primeira divulgação de estimativa da safra brasileira 2023/24 de algodão, divulgada nesta quarta-feira (31), a StoneX calculou uma produção de 3,33 milhões de toneladas, volume 5,1% (ou 160,5 mil toneladas) acima do estimado para o ciclo anterior, considerando a série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o que representaria a renovação de um recorde.
“A alta na oferta nacional vem na esteira de uma maior produção no Mato Grosso, principal estado produtor da pluma e que representa por volta de 70% da oferta de algodão no Brasil”, explica o analista de inteligência de mercado do grupo, João Pedro Lopes.
A produção mato-grossense mais robusta se relaciona a um avanço da área plantada e níveis bons – embora menores do que na safra passada – de produtividade esperada. O estado deve produzir 2,4 milhões de toneladas da pluma, contra 2,25 milhões na temporada anterior.
Já a Bahia, segundo maior produtor, apesar de também contar com um aumento na área plantada, deve apresentar uma oferta levemente menor. A StoneX estima a produção do estado em 617,4 mil toneladas, um pouco abaixo das 626,1 mil registradas em 2022/23.
A expansão da área em ambos os estados está relacionada, em grande parte, ao aumento da atratividade do plantio da pluma em relação ao milho.
Outro fator que contribuiu para o aumento da área de algodão, segundo a StoneX, foram os problemas enfrentados na sojicultura. Algumas regiões, em função de adversidades climáticas registradas nos últimos meses de 2023, apresentaram um encurtamento do ciclo da soja, possibilitando a antecipação do plantio do algodão.
“Em alguns casos mais extremos, o produtor optou por desistir da soja, antecipando a semeadura da pluma para a primeira safra”, aponta o analista Lopes.
Em relação ao balanço de oferta e demanda, os altos níveis produtivos da pluma no Brasil devem incentivar um regime mais ativo das exportações, atingindo 2,5 milhões de toneladas carregadas de acordo com os cálculos do grupo.
“Por mais que um aumento nas exportações possa ser verificado, esperam-se volumes maiores de estoques finais do que o reportado na safra passada, mantendo as perspectivas de estoques folgados durante a passagem para a próxima safra”, afirma a StoneX, em relatório.