A disparidade entre as pontas compradora e vendedora segue limitando a realização de negócios no mercado doméstico de arroz. “A proximidade da colheita da safra nova faz com que os compradores ganhem força na queda de braço para a formação de preços”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.
Como a colheita ainda é incipiente, a oferta no disponível segue escassa. “Indústrias com necessidade de aquisições até o recebimento de lotes da safra nova para beneficiamento ainda realizam compras de pequenos lotes”, relata Bento. “As demais se colocam numa posição defensiva”, completa.
A média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), principal referencial nacional, fechou a quinta-feira (15) em R$ 116,76, ante a R$ 119,10 no dia 8. Em comparação ao mesmo período do mês passado, a retração acumulada é de 10,94%. Na comparação com igual momento do ano passado, contudo, os ganhos acumulados ainda são de 34,65%.
No cenário internacional, destaque para a área a ser plantada com arroz nos Estados Unidos em 2024, que deverá ocupar 2,9 milhões de acres. A previsão foi feita durante a abertura do Fórum Anual do Departamento Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Além disso, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, disse nesta quinta-feira que os preços do arroz no país devem diminuir ligeiramente em uma ou duas semanas, enquanto o país aguarda a chegada de suprimentos. A sua declaração surge num momento em que o governo procurava tranquilizar os consumidores de que havia estoques de arroz adequados na Indonésia, num contexto de crescentes restrições à venda em minimercados e supermercados desde o final de 2023.