Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações de arroz base casca na temporada comercial 2024/25 (entre março e setembro) totalizaram 855,39 mil toneladas, uma queda de 30,87% em relação às 1,12 milhão de toneladas registradas no mesmo período da temporada anterior. Os dados foram organizados pela Safras Consultoria.
Do total exportado, o arroz em casca representou 238,61 mil toneladas, em comparação com as 626,21 mil toneladas da temporada anterior. Quanto ao arroz quebrado, foram exportadas 386,57 mil toneladas até o mês de setembro, enquanto na temporada anterior 302,84 mil toneladas haviam sido embarcadas. A quantidade de arroz branco exportada foi de 225,63 mil toneladas, frente às 171,1 mil toneladas no mesmo período da temporada anterior. Por fim, o arroz descascado alcançou cerca de 4,57 mil toneladas, em comparação com as 19,28 mil toneladas no mesmo período da temporada anterior.
Já em relação às importações de arroz base casca, ainda conforme o MDIC, totalizaram 944,8 mil toneladas, um avanço de 0,46% em relação às 940,46 mil toneladas da temporada anterior. No que diz respeito ao arroz branco, foram importadas 642,22 mil toneladas, frente às 542,94 mil toneladas no mesmo período da temporada anterior. Quanto ao arroz descascado, o volume importado até agosto totalizou 271,94 mil toneladas, um recuo de 22,98% em comparação com as 353,06 mil toneladas da temporada anterior.
Portanto, nesta temporada comercial 2024/25, o setor de arroz registra um saldo comercial negativo de 89,42 mil toneladas (base casca), em comparação com o superávit de 178,97 mil toneladas no mesmo período da temporada anterior.
“O cenário é de baixa competitividade na temporada, com o Brasil exportando quase três vezes menos arroz em casca do que na safra anterior”, relata o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira. “A colheita dos Estados Unidos, em fase de conclusão, pressiona o mercado internacional, limitando o espaço para a matéria-prima brasileira”, lembra.
Conforme Oliveira, o primeiro semestre de 2025 indica uma oferta abundante, cotações pressionadas e chances de recuperar mercados-chave como o México, que não participou nesta temporada. Os quebrados continuam sendo destaque, mantendo compradores tradicionais como Senegal, Gâmbia e Serra Leoa, devido ao seu menor custo. “Contudo, a volta da Índia às exportações gera preocupação, pois o país é um importante fornecedor para o continente africano”, pondera.
Por outro lado, o arroz branco surpreendeu, com um aumento de quase 32% nas exportações, com destaque para a República Dominicana, Peru e Cuba. “Quanto às importações, além dos fornecedores tradicionais do Mercosul, a Tailândia se destacou, exportando cerca de 140 mil toneladas de arroz branco ao Brasil, beneficiada pela retirada da Tarifa Externa Comum (TEC)”, finaliza o analista.