SÃO PAULO (Reuters) – O Mato Grosso, maior produtor de grãos, oleaginosas e gado do Brasil, sofre com a estiagem mais intensa das últimas três décadas no período pré-plantio de soja, o que tem atrasado os trabalhos da safra 2024/25, mas chuvas aguardadas a partir do dia 10 de outubro devem levar as plantadeiras para os campos, avaliou nesta quinta-feira a EarthDaily Agro.
A empresa de monitoramento agrícola com uso de dados de satélite notou ainda em relatório que a precipitação nos últimos dez dias variou de zero a apenas cinco milímetros na maior parte do Centro-Oeste, Minas Gerais e boa parte de São Paulo, Estados que são importantes produtores de cana-de-açúcar e café.
O volume de chuva nessa região central do Brasil, nos últimos dez dias, está mais de 80% abaixo da média, de acordo com a análise da EarthDaily Agro, antecipada à Reuters.
Mas a empresa de análises também nota que a previsão meteorológica traz uma perspectiva de alívio.
“Modelos climáticos europeu (ECMWF) e americano (GFS) indicam a retomada das chuvas no Mato Grosso após o dia 10 de outubro, o que deve melhorar significativamente a umidade do solo, permitindo a retomada do plantio em condições mais favoráveis”, disse o analista de cultura da EarthDaily Agro, Felippe Reis.
“A expectativa é que essas chuvas também atinjam outras áreas do Centro-Oeste, como Goiás, onde a umidade do solo tem se mantido em níveis muito baixos. A partir da segunda quinzena de outubro, o aumento da precipitação poderá trazer melhores condições para o plantio”, acrescentou Felippe.
A previsão climática está em linha com o relatado por outros órgãos de meteorologia, de que as chuvas voltarão na segunda quinzena, embora o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) estime que Mato Grosso terá chuvas próximas ou abaixo da média em outubro.
Em Minas Gerais, a previsão aponta para chuvas a partir do dia 9 de outubro, ainda que o calor continue, “o que pode retardar a recuperação plena da umidade do solo”. Já em Mato Grosso do Sul tem chuvas previstas para os próximos dias.
(Por Roberto Samora)