Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) – Os sojicultores no Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, enfrentam a pior tendência de produtividade dos últimos 15 anos no ciclo 2023/24, de acordo com a EarthDaily Agro, uma divisão da EarthDaily Analytics, com sede no Canadá.
Segundo dados divulgados pela empresa nesta quarta-feira, a produtividade da soja no Mato Grosso será em média 52,12 sacas por hectare, mais de 10 sacas abaixo da registrada na última temporada.
No Mato Grosso, uma métrica usada para quantificar a saúde e a densidade da vegetação “apresenta evolução muito ruim”, disse a EarthDaily Agro.
“A produtividade no Estado está estimada em 15% abaixo da tendência. O pior resultado foi em 2016, quando ficou 13% abaixo da tendência”, disse a EarthDaily Agro.
Uma seca impulsionada pelo fenômeno climático El Niño, que atingiu o Centro-Oeste do Brasil após o início da temporada de grãos em setembro, pode causar ainda mais perdas nas colheitas do que o previsto até agora, de acordo com dados da empresa.
Por enquanto, a companhia de sensoriamento por satélite estimou a safra nacional de soja em 149,2 milhões de toneladas, bem inferior às estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Mas a EarthDaily Agro disse ainda observar um “viés de baixa”.
Em Goiás, outro grande Estado produtor do Centro-Oeste, a produtividade da soja está projetada 7% abaixo da tendência dos últimos 15 anos. O pior resultado ocorreu em 2015, quando ficou 19% abaixo da tendência, disse a EarthDaily Agro.
No Paraná, a produtividade está atualmente 2% abaixo da tendência, disse a empresa, projetando a produção por hectare em 57,83 sacas, em comparação com 64,30 sacas no ano passado.
Na temporada passada, o Paraná foi o segundo maior produtor de soja do Brasil, depois de Mato Grosso.
(Reportagem de Ana Mano)