A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) irá apresentar o Protocolo Brasileiro de Avaliação Sensorial de Cafés Torrados na Specialty Coffee Expo, em Chicago, EUA, no dia 12 de abril, às 13h. Camila Arcanjo, Mestre em Análise Sensorial e Consultora de Qualidade da ABIC, será responsável por conduzir a palestra, cujo objetivo é exportar conhecimento sobre o tema e apresentar aos participantes as diferenças entre os estilos de cafés, as principais características de qualidade do produto após a torra e as preferências e entendimentos dos consumidores de todo o Brasil, atualmente segundo maior mercado consumidor do mundo.
Ademais, a pesquisadora irá abordar o histórico do Programa de Certificação da ABIC, pioneiro e utilizado como referência em mais de 60 países, e as atualizações que a instituição promoveu ao longo dos últimos anos, alinhando demandas da indústria às tecnologias de campo e processos com foco no consumidor.
A expectativa é que os ouvintes entendam o processo de construção e organização que a ABIC empregou para o desenvolvimento do Programa de Certificação de Cafés Torrados em um dos maiores mercados consumidores do mundo, o Brasil. E, ainda, como esse processo é conduzido e como a análise sensorial contribui para o seu sucesso.
“A ABIC criou um grupo técnico para entender melhor a demanda do consumidor, com base na ciência sensorial, na neurociência e nas tendências de mercado. O grande desafio do Protocolo é torná-lo mais acessível, porque é uma ferramenta de grande utilidade que se baseia em análise sensorial para controle de qualidade. Por esse motivo, o nosso foco é o consumidor, para que a gente possa comunicar o que ele precisa saber na hora da compra, para escolher o seu café preferido dentre os vários estilos existentes”, afirma Camila Arcanjo.
Inteligência Artificial e café
Uma das grandes novidades dessa nova metodologia de avaliação de café é o uso inovador da Inteligência Artificial para definir os estilos de café. Um aplicativo com algoritmo exclusivo e inédito é utilizado pelos avaliadores no momento de análise das bebidas. As notas e intensidades dos diferentes atributos são inseridas no aplicativo e, por meio da IA, é definido o estilo da bebida.
Com isso, a metodologia deixa ainda mais objetiva e assertiva a análise do café, evitando qualquer tipo de viés que a subjetividade dos avaliadores possa trazer à classificação da bebida.
ABIC aposta na autonomia do consumidor
No que diz respeito à avaliação e classificação do café torrado, é importante ressaltar o pioneirismo da ABIC, que sempre prezou pela segurança e qualidade da bebida. Através dos estilos estabelecidos pela Associação, o consumidor pode compreender e escolher se prefere uma bebida com mais ou menos acidez, doçura e amargor, dentre outros atributos. Dessa forma, é possível promover conhecimento e garantir a autonomia dos apreciadores no momento de decisão da compra, selecionando o estilo de bebida que melhor lhe agrada.
Durante a pesquisa, realizada em quatro capitais, com provas de café às cegas, foi possível perceber que o consumidor brasileiro conhece café e sabe reconhecer qual a bebida que mais lhe agrada.
A maioria dos consumidores não gostou, por exemplo, da bebida Fora de Tipo, aquela de pior qualidade, que a ABIC não certifica por não apresentar qualidade mínima e que precisa vir com essa denominação na embalagem.
Os consumidores mostraram que apreciam tanto os cafés canéforas (conilon ou robusta), quanto os arábicas e blends. Muitos têm preferência pela bebida que apresenta amargor de equilibrado a intenso, atualmente o estilo de café mais consumido em todo o país.
O estudo que será apresentado na feira também traz recomendações de como a indústria de torrefação e moagem de café deve comunicar os estilos de café em suas embalagens, pois, durante a pesquisa, o consumidor revelou os atributos e a linguagem que mais contribui na sua decisão de compra. O aroma, por exemplo, é o atributo que mais influencia na escolha do café segundo os apreciadores da bebida no Brasil.