O Brasil exportou o equivalente a 1,915 milhão de sacas de 60 kg de café solúvel no primeiro semestre de 2024, volume que implica crescimento de 3,3% na comparação com o remetido ao exterior no mesmo período do ano passado. Os dados constam em relatório semestral divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).
A receita cambial obtida com os embarques no período somou US$ 402,9 milhões, avançando 13,8% sobre o aferido entre janeiro e junho de 2023. “Essa performance sinaliza a possibilidade de se alcançar um novo recorde em valor obtido com as exportações de cafés solúveis brasileiros em 2024”, projeta Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da entidade.
No que se refere ao crescimento em volume, ele considera que reflete os contínuos investimentos em qualidade e inovações tecnológicas por parte das sete indústrias do produto instaladas no país, todas filiadas à Abics, as quais, juntas, possuem capacidade produtiva de 132 mil toneladas e fazem do Brasil o maior parque industrial do mundo.
“Essas melhorias realizadas pelas indústrias demonstram completa harmonia com os requisitos da governança socioambiental e da sustentabilidade, os chamados critérios ESG, evidenciando que elas estão preparadas para atender às exigências impostas pelo mercado internacional, como o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR)”, analisa.
PRINCIPAIS DESTINOS
Os Estados Unidos, mesmo com uma queda de 20,4% nas importações, lideram o ranking dos principais destinos dos cafés solúveis do Brasil, com a aquisição de 336.646 sacas no primeiro semestre. Fechando o top 3, vêm a Indonésia, com a compra de 119.474 sacas (+39,5%) e a Rússia, com 99.706 sacas (+158,3%).
“Entre os principais importadores, o destaque ficou para as nações concorrentes, que produzem café e também industrializam o solúvel, como a citada Indonésia, e o México, segundo maior produtor mundial do produto, com acréscimo de 227%, o que lhe conferiu o sétimo lugar no ranking”, diz o diretor da Abics.
Ele também destaca o Vietnã, que teve um “surpreendente” acréscimo de 367,5% nas importações, saltando para a 15ª colocação na tabela, e a Rússia. “Tradicionais clientes do café solúvel do Brasil há décadas, sempre ocupando as primeiras posições de destino, mas que haviam caído ao 19º lugar em 2023, os russos voltaram a figurar como um dos principais compradores no primeiro semestre deste ano com a elevação de 158% e o terceiro lugar no ranking”, observa.
CONSUMO INTERNO
De janeiro ao fim de junho deste ano, o Brasil consumiu o equivalente a 525.797 sacas de café solúvel, o que representou um avanço de 1,2% em relação às 519.537 sacas absorvidas pelo mercado interno no primeiro semestre de 2023.
“Esse desempenho foi sustentado pelo vigoroso impulso de 95,6% do café tipo freeze dried (liofilizado), uma vez que o spray dried, que representa o maior volume (88% do total), interrompeu a série de crescimento ao recuar 4,4% de janeiro a junho. Já os cafés solúveis importados, com representatividade de apenas 2% do geral, tiveram crescimento de 23% no período”, conclui Lima.