Os problemas logísticos no Oriente Médio continuam impactando os principais exportadores de café do mundo. Com a mudança na rota dos navios, exportadores da Etiópia estão enfrentando atrasos nos embarques de carga.O país ainda não informou o quanto de café estaria represado diante dos impasses na logística. A informação foi divulgada recentemente pela imprensa local.
De acordo com a publicação, sem a passagem do Canal de Suez, todos os navios estão utilizando a rota do Cabo da Esperança, o que justifica os atrasos. “Antes, pelo menos um navio chegava diariamente ao Djibuti”, disse Tameru Tadesse , proprietário e gerente geral de uma empresa exportadora de café, ao The Reporter. “Desde o início da insegurança no Mar Vermelho, tem sido um navio por mês. Tentamos não perder este único navio e o nosso café está encalhado no Djibuti”, destacou a publicação.
De acordo com o porta-voz da Etiópia, o setor até tentou encontrar novas rotas para escoamento da safra, mas além de mais longas, são também mais caras diante das altas no frete marítimo. Destacou ainda que se tratam de cafés com destino para China, Japão e outros mercados asiáticos.
“Exportadores e fornecedores recebem café dos produtores a crédito. Estes produtores e fornecedores entregaram café aos exportadores “a crédito”, mas não estão sendo pagos. Inúmeros produtores e fornecedores estão sem dinheiro ou sem café”, disse Hussein Ambo (PhD), presidente da Associação Etíope do Café, ao The Reporter.
Sobre os ataques
Com os ataques dos rebeldes Houthis do Iêmen com misseis e drones às embarcações comerciais que navegam pelo Mar Vermelho, uma das principais rotas comerciais do mundo está bloqueada. O grupo do Iêmen, apoiado pelo Irã, afirma que os ataques se tratam de uma vingança contra Israel.
Por ano, aproximadamente 16 mil navios cargueiros passam pela rota do Canal de Suez. Esse volume representa aproximadamente 15% do mercado global, movimentando um trilhão de dólares ao ano. Trata-se da principal rota de escoamento de bens de consumo da Ásia para a Europa, além de ser um importante trajeto de navios-tanque com petróleo, óleo e derivados.