TEGUCIGALPA, 1º de outubro (Reuters) – As exportações de café de Honduras na temporada 2024/25 devem aumentar 14,5% em relação ao período anterior, para 5,37 milhões de sacas de 60 kg, disseram líderes do setor na terça-feira, apesar dos temores de que os embarques possam ser prejudicados por uma regulamentação da UE que entrará em vigor no final do ano.
O maior exportador do grão da América Central vê suas exportações impulsionadas pela melhor produção neste ano, com o início da colheita para a nova temporada, disse Pedro Mendoza, chefe da organização de café de Honduras, IHCAFE.
“As fazendas estão melhores, os agricultores cuidaram mais delas neste ano”, disse Mendoza em uma entrevista.
Ele alertou, no entanto, sobre uma exigência da União Europeia que exigiria que os grãos importados viessem de áreas não relacionadas ao desmatamento.
A regra proibiria as vendas de café — assim como de cacau, soja, óleo de palma, madeira, borracha e gado — se as empresas não conseguissem provar que o produto vem de uma área onde as florestas não foram derrubadas nos últimos anos.
Mendoza disse que a maior parte da safra de café de Honduras é cultivada sob árvores na sombra, um método tradicional de cultivo de café que produz um grão mais rico.
No entanto, os agricultores ainda não têm a documentação pronta para poder exportar para a UE quando a regra entrar em vigor no final do ano, disse Mendoza.
“Estamos preocupados”, disse ele. “A Europa é o destino de cerca de 55% das nossas exportações.”
Mendoza acrescentou que os produtores hondurenhos estavam solicitando uma extensão do prazo, semelhante ao que a Organização Internacional do Café e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) fizeram no mês passado.
A CELAC apelou à UE para que encontre uma forma que ainda procure prevenir o desmatamento e, ao mesmo tempo, “leve em consideração a realidade local”.
Reportagem de Gustavo Palencia; Redação de Kylie Madry; Edição de Aida Pelaez-Fernandez e Sandra Maler