Nos cinco primeiros meses de 2024, as divisas geradas com as exportações do agronegócio no Espírito Santo somaram mais de US$ 1,2 bilhão (ou R$ 6,7 bilhões), maior valor já registrado na série histórica, considerando o primeiro quadrimestre do ano. Esse resultado representa um crescimento de 78% em relação aos cinco primeiros meses de 2023 (US$ 701,3 milhões). O crescimento no valor de exportações do Estado é um contraste significativo em relação aos dados nacionais, nos quais o índice do Brasil foi negativo em -017%. Mais de 1,1 milhão toneladas de produtos do agro capixaba foram embarcadas para o exterior, representando um crescimento de 10% em volume.
As maiores variações positivas no valor comercializado foram para carne bovina (+565%), café cru em grãos (+210%), álcool etílico (+168%), café solúvel (+34,4%), mamão (+33,5%), chocolates e preparados com cacau (+19,3%), celulose (+23,4%), gengibre (+10%) e pimenta-do-reino (+5,6%).
Em relação ao volume comercializado, houve variações positivas carne bovina (+648%), café cru em grãos (+216%), álcool etílico (+169,5%), mamão (+35,4%), café solúvel (+31,5) e chocolates e preparados com cacau (+7%). Por outro lado, foi registrada queda na quantidade exportada de carne de frango (-35,5%), pescados (-30,1%), pimenta-do-reino (-18,4%), gengibre (-15,8%) e celulose (-4,8%). “Os primeiros cinco meses de 2024 foram positivos para as exportações do agronegócio, que alcançou o melhor resultado da série histórica para o período, decorrente principalmente de preços internacionais favoráveis para boa parte de nossos produtos, além do elevado volume comercializado no complexo café, que está se consolidando como o principal produto da nossa pauta de comércio exterior do agro”, comemorou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
Os três principais produtos da pauta das exportações do agronegócio capixaba – complexo cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino – representaram 95,2% do valor total comercializado de janeiro a maio de 2024.
No acumulado do ano, nossos produtos foram enviados para 111 países. Os Estados Unidos se destacam como principal parceiro comercial, com mais de 26% do valor comercializado. Além disso, a participação relativa do agronegócio nas exportações totais do Espírito Santo no trimestre foi de 28,3%. “Esses dados mostram como estamos avançando com competitividade no cenário internacional e isso é fruto de muito trabalho e resiliência dos produtores e das agroindústrias do Espírito Santo, que conseguem atingir mercados em todos os continentes com produtos de qualidade e sustentáveis”, pontua Enio Bergoli
De janeiro a maio deste ano, dez produtos se destacaram em geração de divisas. O complexo cafeeiro ficou em primeiro lugar com US$ 698,8 milhões (56%), seguido por celulose com US$ 419,3 milhões (33,6%), pimenta-do-reino com US$ 70,3 milhões (5,6%), carne bovina com US$ 12,3 milhões (1%), mamão com US$ 10,7 milhões (0,86%), chocolates e preparados com cacau com US$ 8,4 milhões (0,67%), álcool etílico com US$ 4,8 milhões (0,38%), gengibre com US$ 5,1 milhões (0,41%), pescados com US$ 2,5 milhões (0,20%) e carne de frango com US$ 2,7 milhão (0,21%). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 12,6 milhões (1%).
Café segue em primeiro lugar
Na pauta de exportação do ano passado, o complexo cafeeiro passou a ocupar o primeiro lugar, impulsionado pelo café conilon que mais que triplicou o volume de sacas exportadas no último ano. Nos primeiros cinco meses deste ano foram exportadas aproximadamente 2,9 milhões de sacas de conilon, 232,4 mil sacas de arábica e 231,9 mil sacas equivalentes de solúvel, que dá um total de 3,4 milhões de sacas de café até o momento. Um dado que chama atenção é quantidade de sacas de café solúvel, que está quase se igualando à quantidade de sacas exportadas do café arábica.
“O complexo cafeeiro continua sendo o grande destaque das exportações do agronegócio, consolidando o principal arranjo produtivo agrícola como o primeiro em geração de divisas, superando e muito as exportações de celulose. E o café conilon, presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas, foi o grande responsável por impulsionar esse resultado, visto que essa espécie representa mais de 86% do volume exportado do complexo cafeeiro do Espírito Santo. No acumulado do ano, de todo o café conilon exportado pelo Brasil, cerca de 85% teve origem capixaba”, complementa Bergoli.
Neste primeiro quadrimestre o Espírito Santo também foi o estado que mais exportou pimenta-do-reino, gengibre e mamão, com participação em relação ao total nacional de 59%, 61% e 45%, respectivamente. Além disso, superou o Estado de São Paulo na comercialização do complexo cafeeiro, envolvendo café cru em grãos, solúvel e torrado/moído, conquistando a segunda posição no ranking nacional das exportações totais de café e derivados.
Carne bovina em alta
As exportações de carne bovina cresceram 648 saindo de 1.845 toneladas de janeiro a maio de 2023 para 2.518 toneladas em janeiro a maio de 2024. Neste ano, foram geradas US$ 12,3 milhões em divisas, colocando a carne bovina na quarta colocação no ranking de produtos do agronegócio com maior receita para o acumulado do ano. A China foi o principal consumidor, com mais de 61% do volume importado, seguido pela Argélia (11%) e Hong Kong (7%).
Esse crescimento pode ser atribuído principalmente à crescente demanda internacional, especialmente como alternativa à carne de frango que ainda sofre alguns embargos devido à gripe aviária. Outro fator importante a se considerar é a confiança na qualidade sanitária, acesso facilitado aos mercados internacionais, investimentos em tecnologia e práticas de produção de alta qualidade presentes no Espírito Santo.
Ressalva acerca dos dados
A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo, por meio da Gerência de Dados e Análises (GDN/SEAG), realiza mensalmente um levantamento detalhado das exportações do agronegócio capixaba, a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.
Na análise dos dados nas bases oficiais, notou-se uma inconsistência nos dados de exportações do agronegócio do Espírito Santo referentes aos meses de fevereiro e março de 2024, especificamente relacionada ao produto “Açúcar de cana” com código NCM 17011400.
De acordo com os registros disponíveis, constatamos que houve uma notável disparidade entre os valores e volumes de exportação do referido produto nos mencionados meses em comparação com dados históricos e informações fornecidas pelas indústrias sucroalcooleiras do Estado. Os valores registrados, sendo US$ 10,2 milhões em fevereiro e US$ 11,1 milhões em março, juntamente com os volumes de 19,8 toneladas e 21,6 toneladas, respectivamente, destoam significativamente das médias históricas de exportação do produto pelo Estado, principalmente considerando que esses dados são referentes apenas ao primeiro trimestre de 2024.
Após consultas realizadas com as indústrias sucroalcooleiras e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, levantou-se a suspeita de que tais números possam ter sido inflados devido a possíveis erros no lançamento de notas fiscais ou ações de empresas de trading que atuam no Espírito Santo. Portanto, os dados de açúcar fora da curva foram desconsiderados nas nossas análises. A Seag está em contato com as entidades responsáveis para sanar a inconsistência.