Gergelim, Sorgo, Uva: vinda do presidente chinês ao Brasil gera expectativas para assinaturas de protocolos de exportação

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Entre os dias 18 e 19 de novembro, o Presidente da China, Xi Jinping, estará no Brasil acompanhando a cúpula do G20. Porém, a chegada da liderança asiática deverá acontecer alguns dias antes e contemplar agenda cheia de encontros e reuniões. 

De acordo com o Itamaraty, o encontro de Xi Jinping com Lula deverá ter uma pauta bilateral bastante ampla para discussão entre os dois líderes, a exemplo do que aconteceu quando o presidente brasileiro foi à China em abril de 2023 e os dois países assinaram mais de 20 acordos em diferentes áreas, como agricultura, meio ambiente e ciência e tecnologia. 

“Às relações bilaterais Brasil/China assumem novo contorno em ano eleitoral nos Estados Unidos e movimentação em torno de uma moeda dos BRICS. Talvez, por essa razão, possamos ter surpresas positivas com acordos comerciais de exportação”, opina José Carlos Lima Júnior, Sócio-Diretor da Markestrat. 

Um dos setores que aguarda essa visita com altas expectativas de avançar nas negociações para iniciar a exportação para a China é o de sorgo. A produção nacional do grão vem em crescente elevação, se consolidando como opção ao produtor de segunda safra, e aposta nessa demanda internacional para seguir avançando. 

“A produção de sorgo nos últimos três ou quatro anos dobrou e estamos chegando em torno de 5 milhões de toneladas. Isso torna o Brasil o terceiro maior produtor mundial e com perspectiva de crescimento. Temos usinas de etanol de milho se preparando para produzir etanol também do sorgo, como já acontece no Mato Grosso do Sul e uma perspectiva de exportação”, diz o Presidente da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo), Paulo Bertolini. 

A liderança conta que a entidade já está trabalhando na assinatura de um protocolo sanitário de exportação e espera que a visita do mandatário chinês no próximo mês sele esta liberação para iniciar os embarques.  

“O mercado chinês é o maior mercado consumidor de sorgo, consumindo em torno de 10 milhões de toneladas, das quais 7 milhões são importadas. A nossa intenção é permitir que o Brasil possa exportar sorgo também para a China e aí alavancar a nossa agricultura com o sorgo na segunda safra”, conta. 

Além dos tramites elaborados pela Abramilho em conjunto com o Mapa, Bertolini destaca que uma comitiva está sendo organizada para trazer chineses para visitar a produção brasileira de sorgo em pelo menos três estados na próxima safra, por volta do mês de maio de 2025. 

“A nossa ideia é que a China possa liberar já de imediato esse protocolo para começar o processo de exportação de sorgo com o compromisso do Brasil de fazer que essas delegações vejam os campos de produção no país na próxima safra”, detalha o presidente da Abramilho. 

Outro cultivo de segunda safra que aguarda a visita dos chineses para liberar os protocolos de exportação é o gergelim, um processo que se iniciou há mais de dois anos e deve ser assinado no próximo mês. 

“Era urgente a exportação de gergelim para a China porque é o maior mercado do mundo, mas esse urgente leva dois anos, dois anos e meio, então estamos agora no final das tratativas. Do ponto de vista técnico já está tudo organizado, não há mais nenhum problema, agora fica do ponto de vista político as negociações. Entendemos que dentro de pouco tempo teremos a possibilidade de anunciar o mercado aberto de gergelim”, relata Marcelo Eduardo Lüders, Presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses). 

A Diretora de Relações Institucionais do Ibrafe, Najla Souza, destaca a importância desta abertura das exportações de gergelim para a China, até para continuar fomentando a crescente produção nacional do grão. 

“Do ano passado para cá nós aumentamos a produção de gergelim em 104%. Isso é dobrar a produção em um cenário que temos muitos concorrentes competitivos. Então ter um mercado como a China, que representa pelo menos US$ 2 bilhões só em gergelim, vai ser uma excelente notícia para o Brasil”, pontua. 

Souza ressalta ainda que, as negociações fitossanitárias já foram finalizadas e agora se espera que a vinda do Presidente chinês ao Brasil em novembro a assinatura final ocorra. “É uma quase certeza, porque nesse meio do caminho pode mudar alguma coisa, entrar algumas outra pauta e o gergelim ficar de fora, mas o setor está extremamente ansioso para que isso aconteça”. 

O setor de frutas, legumes e verduras também é outro que aguarda ansiosamente a visita de Xi Jinping ao Brasil para liberação das exportações de uvas para o país asiático. Da mesma forma que os outros produtos, as tratativas já estão adiantadas, restando apenas essa assinatura final. 

“Depois de quatro anos, o Governo brasileiro, através do Mapa e do, vamos chamar de,  Mapa da China, fechou o acordo fitossanitário. Não há mais nenhuma pendência, nenhuma dúvida, para que nós possamos exportar uvas para a China no que se refere à fitossanidade. Mas os chineses têm uma característica própria, eles gostam de anunciar uma conquista dessas em um grande evento, então estamos na expectativa de como vai haver a reunião do G20 em novembro no Brasil isso vai ser anunciado lá e aí de uma vez por todas estará aberto o mercado da China para uvas”, diz Guilherme Coelho, Presidente da Abrafrutas, (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados). 

Juntamente com essas tratativas de protocolos e liberações, o setor das frutas trabalha para viabilizar essas operações de exportação do ponto de vista logístico, garantindo que as uvas brasileiras cheguem à China com garantia de qualidade. 

“A nossa fruticultura não vai seguir em caminho assertivo no futuro sem passar pela China. Eu acredito que temos um desafio logístico importante pela frente, mas temos coisas boas acontecendo. Grande parte da produção de frutas do Brasil tem como origem o Nordeste e a região recebeu recentemente uma rota marítima que vai fazer os portos de Salvador e Recife diretamente para o continente asiático. Saindo do Recife, passa por Salvador e vai diretamente para Singapura, depois passa por quatro portos chineses e por último na Coréia do Sul. Isso é um ganho muito grande para a gente, que iguala o tempo de trânsito dos nossos vizinhos e concorrentes como Peru e Chile para chegar nesse mercado”, conte Júnior Silveira, Sócio-Diretor da Xportate, que atua na exportação de frutas brasileiras. 

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