Maior produção de etanol impedirá exportações de açúcar da Índia em 24/25, diz Wilmar

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Por Marcelo Teixeira

NOVA YORK (Reuters) – O aumento da produção de etanol na Índia devido a taxas de mistura mais altas reduzirá a disponibilidade local de açúcar e impedirá que o país exporte açúcar na temporada 2024/25, disse a trading de commodities Wilmar, com sede em Cingapura.

A Índia é o segundo maior produtor de açúcar do mundo, depois do Brasil, mas o país tem se ausentado dos mercados de exportação para garantir o abastecimento local, uma vez que uma parcela maior de sua produção de sacarose é desviada para a fabricação de etanol.

A Wilmar projetou, nesta segunda-feira, que um total de 5 milhões de toneladas métricas de sacarose será desviado para a produção de etanol na temporada 2024/25, já que a Índia tem como meta taxas mais altas de mistura de etanol na gasolina para reduzir suas importações de petróleo.

Como resultado, a trading asiática estima que a produção líquida de açúcar chegue a apenas 27,5 milhões de toneladas na Índia, para um consumo total no país de 29,5 milhões de toneladas.

A diferença virá dos estoques, que a Wilmar projetou que cairão 2 milhões de toneladas para 3,3 milhões de toneladas no final da temporada.

“O desvio de açúcar para o etanol levará a Índia a um S&D (oferta e demanda) apertado de açúcar nesta temporada”, disse a trading em uma nota.

“Nesse contexto, parece irrealista ver a Índia exportando açúcar em 2024/25, mas há um risco real de aperto até o final da temporada na Índia (final de outubro de 2025), com estoques mais baixos.”

Espera-se que o Brasil tenha um longo período de entressafra devido à seca deste ano, que atrasará o desenvolvimento da safra para 2025. Sem as exportações indianas, outros produtores menores terão que atender à demanda de exportação no primeiro trimestre de 2025.

(Reportagem de Marcelo Teixeira)

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