MOSCOU (Reuters) – A russa Gazprom iniciará exportações de gás via gasoduto para a China em 2027, em volume anuais de 10 bilhões de metros cúbicos (bcm), disse o chefe da empresa, Alexei Miller, em uma reunião anual de acionistas nesta sexta-feira.
Miller também afirmou que o gasoduto Power of Siberia que chega à China, que começou a operar no final de 2019, atingirá sua capacidade planejada de 38 bcm por ano em 2025.
A Gazprom vem tentando aumentar as exportações de gás para a China, com os esforços ganhando mais urgência depois que os envios de gás para a Europa, onde a Rússia costumava gerar cerca de dois terços de suas receitas de vendas de gás, entraram em colapso na esteira do conflito com a Ucrânia.
Em fevereiro de 2022, poucos dias antes de a Rússia enviar suas tropas para a Ucrânia, Pequim concordou em comprar gás da ilha russa de Sakhalin, no extremo leste. O insumo será transportado por meio de um novo gasoduto pelo Mar do Japão até a província chinesa de Heilongjiang.
A Rússia também está em negociações há anos para a construção do gasoduto Power of Siberia-2 para transportar 50 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano da região de Yamal, no norte da Rússia, para a China via Mongólia. Isso quase igualaria os volumes que o gasoduto Nord Stream 1, agora inativo e danificado por explosões em 2022, costumava transportar sob o Mar Báltico.
As negociações não foram concluídas devido a divergências em várias questões, principalmente sobre o preço do gás.
(Reportagem de Vladimir Soldatkin)