O agronegócio paulista registrou aumento nas exportações de 9,2%, atingindo US$22,69 bilhões, e nas importações de 10,4%, totalizando US$4,24 bilhões no período acumulado de janeiro a setembro de 2024, em relação ao ano passado. Com esses resultados, o saldo da balança comercial do agronegócio paulista alcançou um superávit de US$18,45 bilhões, um crescimento de 8,9% em relação aos nove primeiros meses de 2023.
No período analisado, as exportações do agronegócio paulista representaram 43,5% do total do estado, enquanto as importações corresponderam a 7,5% do total, de acordo com o levantamento realizado pelo coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Carlos Nabil, e os pesquisadores José Alberto Ângelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Importante destacar que as exportações dos demais setores da economia paulista, exceto o agronegócio, somaram US$29,42 bilhões, enquanto as importações desses setores alcançaram US$52,34 bilhões, resultando em um déficit comercial déficit comercial de US$22,82 bilhões dentro deste período. Assim, o desempenho positivo do agronegócio foi fundamental para mitigar o déficit da balança comercial paulista, cujo saldo permaneceu positivo em US$ 18,45 bilhões.
Exportações do Agronegócio Paulista por grupos de produtos
● Complexo sucroalcooleiro: 40,3% de participação, com US$ 9,15 bilhões, com o açúcar representando 93,0% e o etanol 7,0%;
● Carnes: 11% de participação, somando US$ 2,49 bilhões, sendo a carne bovina responsável por 83,9%;
● Produtos florestais: 10,3% de participação, na ordem de US$ 2,35 bilhões, com 54,3% de participação da celulose e 38,0% do papel;
● Complexo soja: 9,3% de participação, registrando US$ 2,10 bilhões, com a soja em grão correspondendo a 78,8%;
● Sucos: 8,8% de participação, com US$2,00 bilhões, dos quais 98,0% foram sucos de laranja.
Esses cinco grupos representaram 79,7% das exportações do agronegócio paulistas. O grupo café, tradicional no estado de São Paulo, ocupou a sexta posição, com participação de 4,2%, somando vendas de US$944,21 milhões, sendo 71,4% referentes ao café verde e 24,5% ao café solúvel.
No estudo, os analistas econômicos do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) identificaram que houve variações significativas nos valores exportados pelos principais grupos de produtos da pauta paulista, com aumentos nos grupos de café (+38,3%), sucos (+30,2%), complexo sucroalcooleiro (+23,0%), produtos florestais (+15,5%) e carnes (+9,1%), e uma queda no complexo soja (-34,9%). Essas variações nas receitas de exportação refletem tanto as oscilações de preços quanto os volumes exportados.
Destinos das Exportações do Agronegócio Paulista
China – se destaca como principal destino das exportações do agronegócio paulista, totalizando US$4,58 bilhões, com uma participação de 20,2% no total exportado pelo setor. No entanto, houve uma redução de 15,1% em comparação ao mesmo período de 2023, devido à diminuição das compras de soja e à queda do preço médio do grão no mercado internacional.
União Europeia – ocupa a segunda posição com US$2,84 bilhões, registrando 12,5% de participação e crescimento de 14,2%.
Estados Unidos – figuram na terceira posição somando US$2,36 bilhões, com 10,4% de participação e alta de 14,6%.
Outros destinos relevantes incluem: Indonésia (3,9%), Emirados Árabes Unidos (3,8%), Índia (3,7%), Bangladesh e Arábia Saudita (2,2% cada), Argélia e Egito (2,1% cada).
Importações do Agronegócio Paulista
Os principais produtos importados foram: salmão (US$ 343,08 milhões), papel (US$ 300,92 milhões), trigo (US$ 248,71 milhões), produtos têxteis de algodão (US$ 165,57 milhões), leite em pó (US$ 160,82 milhões), rações para animais domésticos (US$ 158,37 milhões), outros tipos de peixes (US$ 144,33 milhões) e arroz (US$ 139,86 milhões).
Participação do Estado de São Paulo no Agronegócio Brasileiro
As exportações do setor em São Paulo representaram 18,0% do total nacional, alta de 1,3% em relação ao mesmo período de 2023. As importações, por sua vez, recuaram 1,4%, fechando em 29,3%.
Entre os principais estados exportadores em valores, São Paulo lidera com 18,0% de participação, seguido por Mato Grosso 17,3%, Paraná 11,5%, Minas Gerais 10,1%, Rio Grande do Sul 8,7% e Goiás 6,6%. Juntos, esses estados representaram 72,2% das exportações totais do agronegócio brasileiro.
Os grupos de produtos do agronegócio paulista que tiveram maior participação no total nacional foram: sucos (85,9%), produtos alimentícios diversos (74,0%), plantas vivas e produtos de floricultura (66,0%), complexo sucroalcooleiro (62,0%) e outros produtos de origem vegetal (61,9%).
Balança Comercial do Brasil
No que tange ao agronegócio, as exportações brasileiras apresentaram uma leve redução de 0,2%, atingindo US$125,89 bilhões, o que corresponde a 49,3% do total nacional. Já as importações do setor cresceram 15,9% no período, totalizando US$14,47 bilhões, representando 7,4% do total nacional.
O saldo da balança comercial do agronegócio registrou um superávit de US$111,42 bilhões, valor 2,0% inferior ao registrado no mesmo período de 2023. Dessa forma, conclui-se que o desempenho positivo do agronegócio foi fundamental para evitar um déficit no comércio exterior brasileiro, uma vez que os demais setores da economia registraram exportações de US$129,57 bilhões e importações de US$181,87 bilhões, gerando um déficit de US$ 52,30 bilhões até setembro de 2024.
Exportações do Agronegócio Brasileiro por Grupos de Produtos
Os cinco principais grupos de produtos exportados pelo agronegócio brasileiro foram:
● complexo soja, que totalizou US$ 47,32 bilhões, com 82,3% de participação da soja em grão e 15,5% do farelo de soja;
● carnes, que somaram US$ 18,87 bilhões, com destaque para a carne bovina (48,5%), frango (37,9%) e suína (11,3%);
● grupo sucroalcooleiro, com exportações de US$ 14,76 bilhões, sendo 94,3% de açúcar e 5,6% de álcool etílico;
● produtos florestais, que registraram US$ 12,82 bilhões, com celulose (60,9%) e madeira (24,1%)
● café, cujas exportações totalizaram US$ 8,36 bilhões, com 91,6% do café verde e 7,6% de café solúvel.
Esses cinco grupos representaram 81,1% das exportações do agronegócio brasileiro e o estudo identificou variações significativas nos valores exportados desses grupos. Destacam-se os aumentos nos grupos de café (+49,5%), complexo sucroalcooleiro (+29,0%), produtos florestais (+17,8%) e carnes (+7,0%). Por outro lado, o complexo soja registrou uma queda de 16,3% em suas exportações. Essas variações refletem oscilações tanto nos preços quanto nos volumes exportados.
Destinos das Exportações do Agronegócio Brasileiro
A China se consolidou como o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, totalizando US$41,43 bilhões, o que equivale a 32,9% das exportações do setor, embora tenha havido uma queda de 10,4% em relação ao ano anterior.
Em seguida, aparecem a União Europeia, com US$17,44 bilhões (13,8% de participação e crescimento de 4,7% em 2024), e os Estados Unidos, com US$8,50 bilhões (6,8% de participação e aumento de 18,4%).
As exportações para a China concentraram-se nos produtos do complexo soja (69,1%), carnes (13,1%) e produtos florestais (8,1%). Para a União Europeia, os principais produtos exportados foram os do complexo soja (33,6%), café (22,2%) e produtos florestais (15,0%). Nos Estados Unidos, os produtos florestais representaram 32,7% das exportações, seguidos por café (15,6%), carnes (10,7%) e produtos sucroalcooleiros (7,4%).