Os preços durante a semana passada tiveram ligeiro recuo para os Feijões-carioca de melhor qualidade, sendo que mais lotes foram negociados ao redor de R$ 220. Os produtores de Feijão estão passando dificuldades nesta terceira safra. Ao contrário do que pode se pensar, o produtor não especula guardando Feijão para vender mais tarde. Segundo a CONAB, uma lavoura irrigada que produza 50 sacos por hectare terá custo de R$ 232 por saca. Para pagar as contas geradas pela cultura, não são todos os produtores que conseguem colher acima deste nível de preço. Com custos de R$ 11.600 por hectare, o custo por saca fica abaixo dos R$ 200 apenas se a média de produção for acima de 60 sacos por hectare.
Um produtor próximo a Brasília dizia que prefere nem ver este tipo de custo que contempla realmente o custo total real da atividade. Faz a conta de sobrevivência colocando só custos variáveis, ainda mais em um ano como este em que as outras culturas não entregaram o esperado e o Feijão-carioca em várias regiões foi afetado com Mosca-branca, aumentando custos e diminuindo produtividade. Com este ânimo, a possibilidade de aumento de plantio de Feijão-carioca na primeira safra até o momento é pequena. As sementeiras até a semana passada relatavam venda dentro do normal com expectativa ainda de alguma demanda maior mais no final do período de plantio. As lavouras em São Paulo que temiam a frente fria passaram ilesas, com algum atraso no desenvolvimento pelas temperaturas mínimas que oscilaram dependendo da altitude entre 5 e 7 ºC.