Pesquisadores e técnicos do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater), Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) e de prefeituras municipais identificaram danos severos causados pela mosca-branca em recente inspeção técnica realizada na região de Prudentópolis (Sul do Estado) a pedido de produtores e lideranças locais.
“Em cinco das propriedades visitadas, a cultivar de feijão IPR Urutau estava na fase de enchimento de grãos e os profissionais estimaram perda total das lavouras”, aponta NOTA TÉCNICA divulgada pelo IDR-Paraná.
A mosca-branca suga a seiva das plantas para se alimentar, ocasião em que injeta toxinas que provocam a queda prematura das folhas e, ainda, transmite o vírus do mosaico dourado do feijão, BGMV (Bean Golden Mosaic Virus), responsável por sintomas de pontuações amarelas nas folhas, deformações, redução do porte e superbrotamento — excesso de brotações anormais — e abortamento total das flores.
Os produtores relataram aos técnicos que as aplicações de inseticidas não foram suficientes para controlar a mosca-branca. Em menor escala, também foram identificadas outras viroses, como o vírus do nó vermelho e o vírus do mosaico rugoso do feijoeiro.
RECOMENDAÇÕES — A alta infestação de mosca-branca está ligada ao cultivo de feijão segunda safra após a soja juntamente com condições de alta temperatura e estiagem, o que favorece a proliferação do inseto. A falta de rotação de culturas contribui para agravar ainda mais o problema.
Para mitigar os danos, a recomendação é adotar medidas como a escolha criteriosa da época de semeadura, evitando a coincidência com o pico de proliferação da mosca-branca, e a implementação de cultivos intercalados com barreiras de proteção vegetal. O controle químico deve incluir o monitoramento constante do inseto, tratamento de sementes com inseticidas e pulverizações sincronizadas com as propriedades vizinhas.
PRODUÇÃO — Responsável por aproximadamente 25% da produção brasileira, no ciclo 2023-2024 o Paraná deve colher 817,5 mil toneladas em 514 mil hectares cultivados nos três plantios da cultura — águas, seca e outono-inverno. A cultura do tipo comercial preto é uma das principais fontes de renda dos agricultores de Prudentópolis e região.
“O Paraná e, particularmente, Prudentópolis, são fundamentais para a produção de feijão no Brasil, destacando-se pela predominância de pequenos produtores. Desafios como a infestação da mosca-branca exigem atenção redobrada e ações coordenadas para garantir a continuidade e a qualidade da produção”, finaliza a nota técnica, que é assinada por Adriano Thibes Hoshino, Bruno Luis Krevoruczka, Germano Kusdra, Heitor Amadeu Prezzi, Humberto Godoy Androcioli, José dos Santos Neto e Juarez Pires Tomaz, todos do IDR-Paraná, juntamente com Alex Sandro Schiavini, ligado à Adapar