Há um descompasso natural entre o volume colhido esta semana e a demanda. Isso fez com que os valores pagos ao produtor oscilassem ligeiramente acima dos preços do final da semana passada, mantendo-se na maioria dos casos o máximo de R$ 220 para o Feijão-carioca de peneira alta e cor 9/9,5 de escurecimento lento. No entanto, no que diz respeito ao volume de colheita, ele irá aumentar, segundo 10 em 10 produtores e agrônomos consultados, ao longo dos próximos dias. Cerca de 47% de todo Feijão da terceira safra será colhido em agosto. Por isso, os produtores estão certos em barganhar ao máximo e vender se precisam fazer frente às contas mais urgentes.
Já do lado dos empacotadores, observamos como é difícil o momento. Se pagar R$ 10 por saca a mais no campo, corre o risco de em poucos dias aumentar o volume de oferta e os preços voltarem a ceder. Um fato curioso é o volume de Feijão-carioca guardado do ano passado, que está aparecendo já escuro e não tem encontrado compradores. Quem não vendeu quando os preços estavam acima dos R$ 300 em janeiro e fevereiro, também não verá agora o melhor momento para forçar vendas. A oportunidade de negociar estes lotes abaixo de nota 7 surgirá mais à frente. Porém, conhecendo o comportamento humano, certamente alguns ainda vão perder a oportunidade esperando que o valor chegue a um determinado patamar. Alguns destes lotes não têm compradores dispostos a pagar mais do que R$ 110/120 FOB fazenda.