Em qualquer cadeia produtiva que depende de produção agrícola, sempre há um momento de superoferta e outro momento em que há déficit de oferta. Para estender o período de estocagem, é preciso ter recursos financeiros. Esses recursos podem ser remunerados com base na variação do preço. Explico: alguém que investiu em Feijão-carioca em setembro de 2023 e vendeu em janeiro teve um ganho de cerca de 88% em reais e 80% em dólares.
O Feijão-preto, em 30 dias, valorizou 25% em reais e 22% em dólares. Nem todo ano é assim, mas sempre há ganho maior ou menor. Devemos olhar para o Feijão da mesma forma que olhamos para o tomate, entre outros produtos. Há um momento em que os preços são pressionados para baixo e, quando isso acontece, somente a indústria pode comprar e transformar em extrato de tomate e, após isso, estocar para momentos em que há diminuição de oferta.
No Feijão, é mais simples. Estabelecer o nível de preço esperado para o momento da colheita e, posteriormente, analisar o histórico de preços versus o volume de produção e consumo esperado. Já fazemos isso no Clube Premier. Temos esse acompanhamento desde 2014 e sabemos quando é o momento de investir. Quem faz isso hoje são alguns cerealistas, corretores, bem como os produtores. Nosso modelo econômico é capitalista, e o capital ajuda a manter o abastecimento e pode trazer liquidez para o mercado no pico da colheita e abastecimento quando os preços sobem. Esta é uma visão simplificada de um fato. Se houver mais “investidores”, poderemos produzir mais Feijões com segurança econômica.
No mercado atual, o Feijão-carioca e o Feijão-preto seguem seu caminho de lenta valorização. Ontem, o Feijão-carioca alcançou cotações de até R$ 380 para a nota 8,5 e R$ 395 para o Feijão-preto. Essa lenta valorização durante a semana é melhor do que grandes altas em uma semana, pois consolida o nível de preço.