Apesar de as chuvas no Paraná terem sido brandas e contribuído para o bom desenvolvimento das lavouras, produtores de determinadas regiões estão preocupados com as baixas temperaturas noturnas registradas. Nesta semana, há previsões de mínimas entre 8°C e 9°C. Embora não seja desastroso, isso certamente impactará a produtividade esperada em algumas sacas. Ontem, o mercado manteve as cotações estáveis, como observado no índice CEPEA/CNA.
A maior preocupação, no entanto, vem de um estudo publicado na revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, que divulga trabalhos científicos. Esse estudo, realizado por profissionais de diversas universidades e pela EMBRAPA, traz conclusões alarmantes. A seguir, um resumo de parte do texto de abertura:
“O estudo focou no conceito de Segurança Alimentar e no papel da oferta pública de alimentos em programas governamentais, com o objetivo de examinar a disponibilidade de arroz e Feijão na alimentação escolar das redes estaduais de educação no Brasil. O intuito foi facilitar a transferência de conhecimento para a tomada de decisões em processos de aquisição de alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
A pesquisa caracteriza-se como aplicada, com abordagem exploratório-descritiva, seguida de uma análise quantitativa. Foram avaliados os cardápios escolares de 11 estados brasileiros, cujas informações estavam disponíveis nos sites das secretarias de educação, conforme exigido pelo PNAE. Os dados cobrem o período de janeiro a junho de 2024 e abordam a presença ou ausência de arroz e Feijão nos cardápios. Com base nisso, foi calculada a frequência de oferta desses alimentos em cada instituição estudada.
Os resultados mostraram que o percentual de cardápios sem arroz nem Feijão variou de 15,8% no Paraná (PR) a 71,2% no Tocantins (TO). Cardápios com arroz sem Feijão oscilaram entre 3,4% no Rio de Janeiro (RJ) e 41,7% no Mato Grosso (MT); enquanto Feijão sem arroz foi observado em percentuais de zero em Santa Catarina (SC), Paraná (PR) e Distrito Federal (DF), chegando a 10,2% no RJ. A oferta conjunta de arroz e Feijão nos cardápios variou de 6,7% no Ceará (CE) a 74,2% no PR. Observou-se que menos da metade dos cardápios estudados incluía arroz e Feijão simultaneamente, sugerindo que o valor nutricional desses alimentos pode estar sendo subestimado pelos programas de alimentação escolar.”