Sempre precisamos ler além das manchetes da imprensa sobre tudo quando se trata de estimativas de safra. Segundo a foi noticiado esta semana, vai ter mais Feijão no ano que vem:
“Para o Feijão, a Conab também espera um ligeiro aumento na área semeada (+0,8%), saindo de 2,86 milhões de hectares em 2023/24 para 2,88 milhões de hectares no atual ciclo. Já a expectativa de produção total do grão no país, somando-se os três ciclos cultivados, é de 3,26 milhões de toneladas, 0,5% acima da safra anterior.”
Mas cuidado. Dependemos não do total da safra, mas sim da produção de cada variedade de Feijão ao logo do ano. Se houver uma boa terceira safra não mudará o preço que o consumidor pagará no inicio do ano. Principalmente porque teremos mais Feijão-preto e menos Feijão-carioca no primeiro trimestre do ano. Segundo os levantamentos da CONAB, teremos 555,5 mil toneladas este ano, quando tivemos no ano passado 571,4 mil toneladas. Isto é 20% menor, por exemplo, em 2014/15 quando foi colhido 703 mil toneladas. Todo ano a primeira safra de Feijão-carioca tem diminuído e este ano também diminuirá. Feijão-preto, se o preço baixar a R$ 200/210, vai ser exportado, mas o Feijão-carioca, no ano passado, quando tivemos mais Feijão do que se espera teremos no início de 2025, se manteve entre dezembro e março acima dos R$ 300. Portanto, o momento de mercado com pouca demanda em algum momento começará a refletir os fatos.