Sem demanda expressiva, mercado de feijão aguarda reação dos compradores para definir novas direções

Ao longo da semana, o mercado brasileiro de feijão carioca teve variações moderadas, com um ritmo lento de negócios e limitações na qualidade dos grãos. Segundo o analista de Safras & Mercado, Gabriel Viana, a liquidez foi prejudicada, especialmente pelos grãos de menor qualidade, afetados pelo ressecamento e quebra durante o beneficiamento.

Os preços para feijões de qualidade inferior (padrão 7,5) variaram entre R$ 190 e R$ 200 por saca, enquanto lotes de melhor qualidade (padrão 9 e 9,5) chegaram a ser negociados entre R$ 250 e R$ 290 por saca.

“Apesar do cenário de pouca movimentação, as vendas ocorreram principalmente por meio de negociações casadas, e alguns corretores apresentaram amostras de feijões recém-colhidos da região sudoeste de São Paulo, sinalizando uma possível aceleração nos próximos dias”, explicou.

Feijão preto

Já no caso do feijão preto, conforme Viana, o mercado manteve-se estável, mas com demanda fraca. Com poucas ou nenhuma negociação reportada, refletindo a pressão sobre os preços.

O feijão preto de melhor qualidade teve seus preços reduzidos ao longo da semana, variando entre R$ 310 e R$ 340 por saca, enquanto lotes de qualidade inferior foram cotados entre R$ 270 e R$ 300. O feijão argentino, por sua vez, foi oferecido entre R$ 350 e R$ 360 por saca, mas sem registros de vendas.

Cenário

De acordo com analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, o consumo está em queda acentuada desde o primeiro semestre de 2024, quando houve uma corrida aos supermercados devido ao medo de escassez causada por enchentes. Durante esse período, muitos consumidores estocaram grandes quantidades de arroz e, de forma natural, também levaram feijão. Esse comportamento resultou em uma retração significativa nas vendas, que atingiram níveis preocupantes a partir de junho e julho, especialmente no varejo.

“Em agosto, o cenário apresentou uma leve recuperação, com algumas empresas reportando que conseguiram atingir cerca de 80% de suas metas de vendas. No entanto, o mercado voltou a enfrentar dificuldades em setembro, com o consumo novamente em declínio. Essa queda se intensificou com a entrada de novos fatores, como o crescimento das apostas online, que vem desviando parte da renda de beneficiários de programas sociais para esse tipo de atividade”, relatou.

Segundo Oliveira, no caso específico do feijão, a situação se agrava devido à baixa disponibilidade no período de entressafra. Ele afirmou que grão preto, em particular, enfrenta um período de escassez após a segunda safra, enquanto o carioca, que teve recentemente a colheita da terceira safra, também sofre com problemas. As queimadas em diversas regiões prejudicaram a qualidade do feijão colhido, resultando em produtos com baixa umidade e dificuldades no beneficiamento, o que tem impactado a qualidade e os preços do produto.

“Com a proximidade das festas de fim de ano, as perspectivas de uma recuperação do mercado permanecem baixas. Novembro será o último mês com potencial para alguma reação, mas, a partir de dezembro, o setor tende a desacelerar ainda mais, conforme o país entra em ritmo de festas”, concluiu.

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