A semeadura da primeira safra de feijão foi concluída na maioria das regiões do Rio Grande do Sul. No entanto, de acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (21/11), permanecem áreas a serem implantadas no Sul e Nordeste, especialmente nos Campos de Cima da Serra, onde se adota cultivo único com plantio tardio, concentrado no mês de dezembro. Para a Safra 2024/2025 no Estado, a Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 28.896 hectares e a produtividade média estimada é de 1.864 kg/ha.
O tempo seco, de altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e ventos ocasionais da última semana, configurou-se como um fator climático desfavorável à cultura, que já apresenta sinais de estresse hídrico. A maior parte das lavouras encontra-se na fase reprodutiva (florescimento, formação de vagens e enchimento de grãos) e restrições hídricas nesse estágio podem afetar a produtividade. Contudo, até o momento, o quadro não é considerado crítico. As precipitações ocorridas recentemente poderão amenizar a situação e limitar perdas.
Na região de Santa Maria, 93% das áreas estão semeadas. A maior parte está em estágio reprodutivo, como a lavoura registrada em Toropi, no começo do mês (07/11), e 4% estão colhidos.
SOJA
O ritmo de semeadura das lavouras foi influenciado diretamente pelos níveis de umidade do solo, que variaram conforme a distribuição irregular de precipitações no Estado. A área semeada alcançou 50% da projetada.
Nas áreas onde a umidade do solo se mostrou insuficiente, a semeadura foi suspensa. Já nas localidades que receberam chuvas leves, os trabalhos prosseguiram quase sem interrupções. A área de cultivo projetada pela Emater/RS-Ascar está estimada em 6.811.344 hectares, e a produtividade média em 3.179 kg/ha.
MILHO
A semeadura do milho atingiu 84% da área projetada para a safra. A maioria das lavouras segue em fase de desenvolvimento vegetativo (58%); o restante está em florescimento (26%) e em enchimento de grãos (16%). Para a Safra 2024/2025, a Emater/RS-Ascar estima o cultivo de 748.511 hectares e a produtividade média de 7.116 kg/ha.
Os baixos regimes de chuva acarretaram sintomas de déficit hídrico nas lavouras de sequeiro. A situação é preocupante especialmente em relação às áreas em floração, fase mais sensível da cultura. Nas localidades onde choveu no início de novembro, os sintomas foram mitigados nos solos sem compactação. Porém, onde as chuvas foram insuficientes ou chegaram tardiamente, a perda de produtividade está consolidada.
Em áreas irrigadas ou com boas condições hídricas, o potencial produtivo está elevado, sendo favorecido pela alta disponibilidade de radiação solar durante o dia e pelas temperaturas amenas à noite.
BRÓCOLIS
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Lajeado, em São José do Hortêncio, a produção de brássicas do mês de novembro segue dentro da normalidade, e as plantas se desenvolvem bem. Os produtores monitoram a ocorrência de pragas, não havendo registro de perdas no último mês.
Em relação às vendas, houve bastante demanda por brócolis. Já o repolho apresenta demanda mais reduzida. O preço médio praticado, na Ceasa de Porto Alegre, para brócolis, segue entre R$ 20,00 e R$ 30,00 a dúzia, dependendo da qualidade e do tamanho do produto. A cotação do repolho baixou, ficando entre R$ 1,00 e R$ 2,00 a unidade, conforme o tamanho.
MORANGO
Na região de Caxias do Sul, o clima foi favorável para o desenvolvimento da cultura, assim como para a floração e frutificação das plantas. Apenas no final do período, a temperatura elevada causou algumas perdas, porém o maior volume já havia sido colhido. Os cultivos seguem sem evidências de doenças e pragas que possam causar prejuízos, mas os produtores monitoram constantemente suas lavouras. O feriado da Proclamação da República seguido do final da semana trouxe grande número de visitantes à região serrana, o que elevou o consumo de morango em estabelecimentos, como restaurantes e hotéis. O preço de venda direta a consumidores variou entre R$ 20,00 e R$ 25,00/kg.