A segunda-feira (23) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 68,11 e R$ 71,81, subindo até 1,2%.
O vencimento novembro/24 foi cotado à R$ 68,11 com alta de 0,38%, o janeiro/25 valeu R$ 70,90 com elevação de 1%, o março/25 foi negociado por R$ 71,81 com ganho de 0,86% e o maio/25 teve valor de R$ 70,75 com valorização de 1,29%.
De acordo com a análise da Agrinvest, a escalada nos preços futuros do milho e da soja em Chicago, junto à valorização do dólar no câmbio brasileiro, repercutiu na alta dos preços do milho na B3 e em algumas praças do mercado interno.
“Com isso, o contrato novembro/24 opera em seu maior nível desde janeiro, muito próximo de ultrapassar as máximas do ano. Com a soja se valorizando, os produtores estão aproveitando para acelerar a comercialização da nova safra, deixando o milho em segundo plano”, destacam os analistas da consultoria.
“Contido, de modo geral, a segunda-feira é de grande cautela, com o mercado aguardando os desdobramentos sobre o clima do Brasil, cujo padrão de chuvas só deve regularizar na segunda metade de outubro. O clima quente e seco está atrasando o plantio da soja e refletindo em estresse hídrico para a safra de milho verão, o que pode trazer mais suporte especulativo para os grãos no curtíssimo prazo”, completa a Agrinvest.
Nesta segunda-feira (23), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume embarcado de milho não moído (exceto milho doce) até aqui em setembro alcançou 4.696.248,2 toneladas. O volume representa apenas 53,69% do total exportado no mês de setembro do ano passado, que ficou em 8.746.381,3 toneladas.
A média diária de embarques nestes primeiros 15 dias de setembro/24 ficou em 313.083,2 toneladas, representando queda de 28,4% com relação a média diária embarcadas de setembro do ano anterior, em ficou em 437.319,1 toneladas.
O Analista de Mercado da Grão Direto, Ruan Sene, destaca que, após exportar 55 milhões de toneladas no último ciclo, o Brasil deve embarcar apenas 36 milhões de toneladas do cereal nesta nova temporada, uma queda de 34,55%.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também subiu neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações em Não-Me-Toque/RS, Nonoai/RS, Sorriso/MT, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que a semeadura da safra verão começa a ganhar ritmo nas principais regiões produtoras do país, mesmo diante das adversidades climáticas registradas nas últimas semanas.
“Até o dia 15 de setembro, a semeadura da safra 2024/25 de milho alcançou 12% da área nacional, contra 9,7% na semana anterior e 15% no mesmo período de 2023, segundo dados Conab. Os trabalhos de campo se concentram nos três estados do Sul do país”, desta o Cepea.
“Quanto aos preços, levantamento do Cepea mostra que, com a demanda externa desaquecida, parte dos vendedores está mais flexível. Assim, enquanto os valores apresentam quedas em regiões consumidoras, seguem firmes em outras praças acompanhadas pelo Cepea”, relatam os analistas do Centro.
Mercado Externo
As movimentações positivas também estiveram presentes para os preços internacionais do milho futuro, que tiveram uma segunda-feira de avanços.
O vencimento dezembro/24 foi cotado à US$ 4,13 com valorização de 11,75 pontos, o março/25 valeu US$ 4,31 com alta de 11,75 pontos, o maio/25 foi negociado por US$ 4,42 com ganho de 11,50 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,48 com elevação de 11,00 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (20), de 2,92% para o dezembro/24, de 2,80% para o março/24, de 2,67% para o maio/25 e de 2,51% para o julho/25.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho saltaram mais alto após algum clima desfavorável no exterior, juntamente com uma rodada melhor do que o esperado de dados de inspeção de exportação dos Estados Unidos, o que desencadeou uma rodada de compras técnicas substanciais na segunda-feira.
“As inspeções de exportação de milho aumentaram consideravelmente após atingir 43,4 milhões de bushels na semana passada. Isso também ficou acima de todo o conjunto de estimativas de analistas, que variaram entre 18,7 milhões e 35,4 milhões de bushels”, destaca a publicação. O México foi o destino número 1, com 18,5 milhões de bushels.