Os preços futuros do milho registravam fortes quedas na Bolsa Brasileira (B3) ao longo desta quarta-feira (10). As principais cotações recuavam perto de 3% e flutuavam na faixa entre R$ 69,95 e R$ 72,29 por volta das 11h56 (horário de Brasília).
O vencimento janeiro/24 era cotado à R$ 69,95 com queda de 1,41%, o março/24 valia R$ 72,29 com desvalorização de 2,61%, o maio/25 era negociado por US$ 70,63 com perda de 2,51% e o julho/24 tinha valor de R$ 68,15 com baixa de 2,35%.
O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, explica que a B3 vinha sendo sustentada pelo alto volume de negociações nos portos brasileiros, com bons volumes já embarcados e por embarcar, pagando mais do que o mercado internacional. Porém, agora esse cenário começa a mudar com a chegada de novos elementos no mercado.
“Mais alguns dias começa a colheita da primeira safra, que está começando ainda pontual no Rio Grande do Sul e agora também já estamos plantando a safrinha, com o clima se normalizando para a safrinha. A B3 agora, provavelmente, entra em uma fase de acomodação entre R$ 65,00 e R$ 70,00 e não acima de R$ 70,00 como vinha trabalhando até perto dos R$ 80,00”, diz.
Nesta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu acompanhamento semanal das lavouras brasileiras e atualizou a colheita da primeira safra de milho no Brasil para 4,2%, a frente dos 0,9% da semana passada e do 1% do mesmo período de 2023.
Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, também destaca o papel baixista do começo da colheita da safra de milho verão e acrescenta que, a necessidade de os produtores venderem grãos para abrir espaço nos armazéns também está pesando no mercado.
“O produtor não está vendendo nem soja e nem milho. Então a expectativa é de abertura de espaço a qualquer momento”, pontua.
Rafael também cita uma pressão negativa vinda no indicador Cepea, que caiu nos últimos dias mesmo quando o mercado físico estava em alta.
Apesar dessas quedas, Brandalizze ainda acredita em posições na Bolsa Brasileira mais favoráveis do que as que o produtor encontrou ao longo de 2023. “Mesmo assim vamos ver a B3 com níveis de 10 a 15% melhores do que os do ano passado”.