SÃO PAULO (Reuters) – A exportação de soja do Brasil fechou o primeiro semestre com alta de 2,23% na comparação com o mesmo período do ano passado, para 64,15 milhões de toneladas, apesar de o maior produtor e exportador mundial ter colhido uma safra menor em 2024 devido a intempéries.
O volume no acumulado do ano considera embarques de 13,95 milhões de toneladas de soja de junho, que ficaram levemente acima do mesmo mês do ano passado, conforme divulgado nesta quinta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Considerando as previsões de safra e de exportação do Brasil para o ano, espera-se uma redução gradativa nas vendas externas da oleaginosa no segundo semestre. Para julho, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) já projeta embarques ao exterior de cerca de 9,5 milhões de toneladas.
A safra brasileira em 2024 está estimada em 152,5 milhões de toneladas, queda de 7,8 milhões de toneladas na comparação com o recorde de 160,3 milhões de toneladas da temporada passada, segundo números da associação da indústria Abiove.
A Abiove, contudo, vê um recuo menor na exportação anual brasileira do que na produção, de cerca de 4 milhões de toneladas, para 97,8 milhões de toneladas.
Considerando o total exportado no acumulado do ano até junho, com a projeção da Abiove para 2024, a indicação é de que os embarques ao exterior somem no segundo semestre cerca de 33,65 milhões de toneladas, o que deve dar mais espaço para as exportações de milho nos portos.
Esse volume indicado para o segundo semestre daria uma média hipotética mensal de 5,6 milhões de toneladas de soja.
No caso do milho, os embarques do primeiro semestre fecharam em 8,35 milhões de toneladas, queda de 28,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o Brasil fechou o ano com exportações recordes.
Assim como na soja, a safra de milho do Brasil sofrerá uma redução em 2024.
Considerando expectativa de exportação da Agroconsult de 42,1 milhões de toneladas de milho para 2024, o Brasil deveria exportar 33,75 milhões de toneladas do cereal no segundo semestre, ou média de 5,6 milhões de toneladas por mês.
Em 2023, o Brasil exportou mais de 100 milhões de toneladas de soja e mais de 55 milhões de toneladas de milho, patamares jamais vistos em um único ano.
A queda anual na exportação de milho do Brasil, segundo a Agroconsult, considera também uma maior concorrência da Argentina, que vem com uma safra maior em 2024, e menor procura da China.
(Por Roberto Samora)