A segunda-feira (08) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram mais de 2% e flutuaram na faixa entre R$ 71,11 e R$ 75,51.
O vencimento janeiro/24 foi cotado à R$ 71,11 com baixa de 2,28%, o março/24 valeu R$ 75,51 com queda de 2,32%, o maio/24 foi negociado por R$ 73,64 com perda de 2,45% e o julho/24 teve valor de R$ 70,72 com desvalorização de 2,52%.
De acordo com a análise da Agrinvest, a desvalorização do petróleo, milho em Chicago e dólar, manteve os preços do milho brasileiro em queda na B3 ao longo desta segunda-feira.
“Mais chuvas estão previstas para importantes regiões produtoras do Brasil nos próximos dias, causando uma forte desvalorização da soja, o que leva o milho na carona”, acrescenta a consultoria.
Na primeira semana de janeiro de 2024, o Brasil embarcou 1.333.331,7 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) para exportação, de acordo com o reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso já representou 21,7% do total exportado em janeiro de 2023 (6.134.944,6 toneladas).
Com isso, a média diária de embarques nestes 4 primeiros dias úteis do mês ficou em 333.332,9 toneladas, representando aumento de 19,5% com relação a média diária de embarques de 278.861,1 toneladas registradas nos 22 dias úteis de janeiro passado.
Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um primeiro dia da semana positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em São Gabriel do Oeste/MS e Eldorado/MS. Já as valorizações apareceram nas praças de Castro/PR, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Tangará da Serra/MT e Campo Novo do Parecis/MT.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, enquanto a produção brasileira de milho deve ser menor neste ano, o consumo interno pode crescer, sobretudo por parte dos setores de proteína animal e da pujante indústria de etanol produzido a partir do cereal no País.
“Um possível equilíbrio entre oferta e demanda deve vir com o recuo nas exportações, as vendas externas podem ser limitadas pelo menor excedente doméstico. Os preços deste começo de 2024, por sua vez, estão bem abaixo dos verificados há um ano, contexto que reduz as margens e que, somado às incertezas quanto aos impactos do El Niño sobre a produtividade, diminui o interesse de agricultores pela semeadura de milho, alguns já sinalizam que não devem aumentar a área”, apontam os pesquisadores do Cepea.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro também finalizaram a segunda-feira acumulando movimentações negativas.
O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,55 com desvalorização de 5,75 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,67 com queda de 5,75 pontos, o julho/24 foi negociado por US$ 4,78 com baixa de 5,75 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,82 com perda de 4,75 pontos.
Esses índices representaram recuos, com relação ao fechamento da última sexta-feira (05), de 1,09% para o março/24, de 1,27% para o maio/24, de 1,04% para o julho/24 e de 0,82% para o setembro/24.
Segundo informações da Agrinvest, apesar da forte queda do petróleo, soja e trigo, os futuros de milho operaram com desvalorizações menos acentuadas, devido ao otimismo do mercado com o resultado das inspeções semanais de milho dos Estados Unidos.
“Segundo o USDA, na semana encerrada em 4 de janeiro, os vistoriadores inspecionaram 856 mil toneladas de milho para exportação, contra 569 mil de uma semana antes. No corrente ano/safra as inspeções de milho totalizam 12,807 milhões de toneladas, contra 10,002 milhões da mesma época do ano passado”, diz a consultoria.