Para alcançar o melhor rendimento da produção é necessária uma combinação de diversos fatores, pois a lavoura é consequência do potencial genético da semente, aliado às condições de solo, clima e manejo realizado na cultura. A resposta do híbrido ao complexo de enfezamento do milho tem sido considerada por parte dos produtores e consultores técnicos ao escolher qual cultivar plantar.
Por isso, as empresas obtentoras de sementes têm buscado retirar do mercado aquelas que não estejam respondendo satisfatoriamente ao manejo fitossanitário (com inseticidas sintéticos e biológicos) e, ao mesmo tempo, disponibilizar novos híbridos com maior tolerância para os diferentes ambientes de produção do Brasil. Sendo que o processo de melhoramento de cultivares que associe maior tolerância ao complexo de enfezamento e alta produtividade não é tarefa fácil.
Neste contexto, a pesquisa realizada no Paraná pela Rede de AgroPesquisa visando avaliar o desempenho de híbridos a campo é importante. Na Fazenda Escola da Unicentro, em Guarapuava, as avaliações de híbridos mais tolerantes ao complexo de enfezamento constataram efeitos positivos na altura de plantas, altura de inserção de espiga, peso e produtividade de grãos.
Na safra 2022/23, a diferença de produtividade entre os dois melhores grupo de híbridos avaliados foi de 1.732 kg/ha, sem o manejo completo para o inseto vetor, ou seja, com aplicações de inseticidas somente aos 10 e 20 dias após a emergência, pois o intuito foi avaliar a tolerância dos híbridos.
Lembrando que estes grupos são formados por híbridos de alto teto produtivo e de primeira safra, cujas produtividades médias superaram 12 toneladas/ha. Na safra anterior, 2021/22, híbridos com diferentes graus de tolerância e submetidos ao mesmo manejo químico nos estádios iniciais da planta, com inseticida acetamiprido e bifentrina, tiveram aumento de 32% na produtividade.
Esses resultados evidenciam a importância de considerar não somente o nível de tolerância do híbrido às doenças transmitidas pelo inseto vetor, mas também associar essa informação com a resposta da planta ao manejo e ao ambiente, buscando sempre, de forma sustentável, a máxima eficiência técnica e econômica da produção, preferencialmente avaliada em cada talhão.
Esse estudo faz parte da Rede Complexo de Enfezamento do Milho (Rede CEM), formada por universidades estaduais, cooperativas, centros de pesquisa e instituições de governo, que está fomentando iniciativas de manejo e controle da praga. Sua coordenação cabe à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com apoio do Sistema Faep e Fundação Araucária.