A segunda-feira (19) chega ao fim com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 60,14 e R$ 68,50.
O vencimento setembro/24 foi cotado à R$ 60,14 com valorização de 0,97%, o novembro/24 valeu R$ 63,39 com alta de 0,65%, o janeiro/25 foi negociado por R$ 66,10 com ganho de 0,41% e o março/25 teve valor de R$ 68,50 com elevação de 0,59%.
Nesta segunda-feira (19), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume embarcado de milho não moído (exceto milho doce) até aqui em agosto alcançou 3.224.021,7 toneladas. O volume representa 34,43% do total exportado no mês de agosto do ano passado, que ficou em 9.363.475,8 toneladas.
O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que o mercado do milho busca uma valorização, já que nessa semana os produtores devem acelerar os trabalhos e limpar os campos, impulsionados pelo alto risco de incêndio nas lavouras.
“Não vai sobrar milho da safrinha, até o fim da semana todo mundo colheu tudo. Automaticamente, isso já é o primeiro passo para o mercado começar a subir pela escada como mostra a própria B3 com o milho, pelo menos, 10% mais valorizado para o começo do ano que vem. O milho de final de agosto para começo de setembro vai começar a reagir na faixa de R$ 1,00 ou R$ 2,00 por mês”, diz Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve altos e baixos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identifico valorizações em Jataí/GO, Rio Verde/GO e Campinas/SP, e percebeu desvalorizações em Sorriso/MT, Maracaju/MS e Campo Grande/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que apesar das novas estimativas indicando produções brasileira (2023/24) e global (2024/25) inferiores às da atual temporada, os preços do milho seguiram em queda na última semana.
“A pressão vem da demanda interna enfraquecida, que mantém os negócios lentos. Consumidores brasileiros utilizam a mercadoria adquirida antecipadamente, comprando novos lotes apenas de forma pontual. Vendedores, por sua vez, adotam posturas distintas, dependendo da demanda e oferta regionais”, conforme pesquisadores do Cepea.
“Enquanto em Mato Grosso, produtores estão mais flexíveis, diante da maior disponibilidade, em São Paulo, agentes limitam as vendas, à espera da finalização da colheita”, diz o Cepea.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também contabilizaram movimentações positivas no pregão desta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento setembro/24 foi cotado à US$ 3,78 com elevação de 7,50 pontos, o dezembro/24 valeu US$ 4,00 com alta de 7,75 pontos, o março/25 foi negociado por US$ 4,19 com valorização de 8,25 pontos e o maio/25 teve valor de US$ 4,29 com ganho de 7,50 pontos.
Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (16), de 2,02% para o setembro/24, de 1,97% para o dezembro/24, de 2,01% para o março/25 e de 1,78% para o maio/25.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho saltaram visivelmente mais alto após uma rodada de compras técnicas e cobertura de posições vendidas na segunda-feira, terminando a sessão com ganhos que excederam 2%.
“As inspeções de exportação de milho atingiram 45,9 milhões de bushels na semana até 15 de agosto, o que foi moderadamente melhor do que o volume da semana anterior. Também estava na extremidade muito alta das estimativas dos analistas, que variaram entre 27,6 milhões e 47,2 milhões de bushels”, destaca Ben Potter, analista da Farm Futures.
A análise da Agrinvest ressalta ainda que os futuros do milho acompanharam as altas vindas da soja e do farela nesta segunda-feira, se afastando assim das mínimas de quatro anos, renovadas nos últimos dias.
“Apesar da ausência de compras de milho pela China, o mercado está focado na competitividade do milho americano, assim como na redução da oferta de milho pela Argentina, devido ao baixo volume de vendas por parte dos produtores, e pela Ucrânia, que além de enfrentar uma redução na produção da safra 24/25, ainda lida com o agravamento do conflito com a Rússia, elevando preocupações sobre a segurança da navegação na região do Mar Negro”, dizem os analistas da Agrinvest.